Correio dos Campos

Dono de loja é procurado por atacar mulheres no provador

Mesmo considerado foragido, Cleidison dos Santos postou vídeo em rede social neste fim de semana para se defender de acusações. Segundo investigações, maioria dos crimes aconteceu em provador de loja em shopping popular.
5 de abril de 2021 às 15:04
Cleidison dos Santos Fernandes alegou inocência. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Indiciado por abusos contra mais de dez mulheres em Belo Horizonte, o empresário Cleidison dos Santos, que é considerado foragido pela Polícia Civil, divulgou em suas redes sociais um vídeo em que se diz inocente das acusações.

“Venho sendo acusado por vários crimes que não cometi. (…) Sexualmente, eu nunca passei do ponto, eu nunca abusei de ninguém. Todas as relações que eu tive na minha vida foram de forma consensual”, afirma.

O empresário, dono da Ana Modas, localizada em um shopping popular no Centro da capital, foi indiciado no mês passado por estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual. Ele também teve a prisão decretada pela Justiça.

Por meio de nota divulgada nesta segunda-feira (5), a Polícia Civil apenas informou que o suspeito segue foragido e que o processo está em andamento no Poder Judiciário.

No vídeo postado na internet neste fim de semana, Cleidison diz que teve uma vida de dificuldades financeiras e que, quando melhorou de condição, deixou que o dinheiro subisse à cabeça.

“Digo isso em relação a me achar o cara, que toda mulher queria se relacionar comigo. Eu acabava mentindo para essas pessoas, em mostrar muito mais do que eu era. Ludibriava, prometia o que eu não podia dar. Falava com essas pessoas que eram únicas na minha vida. Falava isso para conseguir o que eu queria, quando eu conseguia, eu saía fora, descartava, tratava como se fosse mais uma. Esse foi meu erro, de não respeitar como pessoa”, fala.

Entretanto, não é isso que mostram as provas e depoimentos colhidos pela polícia. As investigações apontam que os abusos teriam sido cometidos contra clientes, funcionárias e mulheres que ele buscava para fazer parcerias profissionais.

Cleidison finaliza o vídeo dizendo que a família vem sofrendo diversas ameaças e que parentes precisaram mudar de estado. “Eu sou um cara inocente e não posso perder a minha liberdade”, disse.

Investigações

Em março, quando divulgou a conclusão das investigações, a delegada Larissa Mascotte disse que as vítimas têm entre 18 e 28 anos e que os crimes começaram em 2017. “Foram 14 vítimas que nos procuraram e 11 foram consideradas para fins de indiciamento. Ele foi indiciado pelo crime de estupro por quatro vezes, por estupro de vulnerável – uma vez – e pelo crime de importunação sexual por cinco vezes”, disse.

Além disso, ele foi indiciado pela contravenção penal de importunação ofensiva em 2017, antes de a importunação sexual ser considerada crime.

De acordo com a polícia, a maioria dos crimes aconteceu no provador da loja. As denúncias vieram à tona em dezembro de ano passado, quando mulheres compartilharam relatos nas redes sociais.

“Essas mulheres estavam vestindo as roupas, muitas vezes roupas de banho, e ele abria a cortina do provador e, muitas vezes, agarrava essas mulheres, forçava beijos, tocava sem permissão”, explicou a delegada.

Entretanto, um dos crimes, o estupro de vulnerável, aconteceu na casa do suspeito, de acordo com a delegada. A vítima, que, na época, tinha 25 anos, contou que ele teria proposto uma parceria para divulgação de fotos.

“A pretexto de passar essas fotos, ele a convidou a ir até a residência dele. No local, ele serviu uma bebida. Ela, então, se sentiu dopada. Adormeceu e, quando acordou, teria percebido que teria sido vítima de um estupro”, afirmou.

Fonte: G1