Correio dos Campos

Pessoas estão morrendo asfixiadas com o fim do oxigênio em hospitais de Manaus

Desde o início desta quarta-feira (14), médicos de Manaus relatam que estão tendo que escolher quais pacientes vão continuar vivendo
14 de janeiro de 2021 às 17:53
Pandemia de Covid-19 em Manaus. (Foto: Reprodução)

O caos tomou conta da rede hospitalar de Manaus (AM) nas últimas horas. De acordo com profissionais da saúde, o estoque de oxigênio acabou na noite desta quarta-feira (13) e os pacientes estão morrendo asfixiados.

Médicos relatam que estão tendo que escolher quais pacientes vão continuar vivendo.

Profissionais que atuam Hospital Universitário Getúlio Vargas relatam que a falta de oxigênio na unidade, que se agravou entre a madrugada e o início da manhã desta quinta-feira (14), resultou na morte de seis pacientes nas primeiras horas do dia. A situação piorou.

A demanda por oxigênio da rede estadual de saúde, que era de cerca de 30 mil metros cúbicos por por dia em abril de 2020, no primeiro pico da pandemia, chegou a 76 mil metros cúbicos nesta quarta-feira (13).

Profissionais de saúde estão usando as redes sociais para pedir doações de cilindros de oxigênio. Diversos relatos que circulam nas redes sociais dão conta de que a situação é crítica e centenas de pessoas internadas correm risco de morrer.

“A gente está sem oxigênio para os pacientes, a previsão é que acabe em duas horas. Já tivemos baixas de pacientes, então quem tiver oxigênio em casa sobrando, por favor, traga aqui para hospital”, desabafou em um vídeo o médico intensivista do HUGV, Anfremon D’Amazonas Monteiro Neto.

De acordo com Marcellus Campêllo, secretário Estadual da Saúde do Amazonas, as empresas fornecedoras de oxigênio entraram em colapso por não conseguir atender a demanda pelo insumo. “Ontem à noite fomos informados do colapso do plano logístico em relação a algumas entregas que estariam abastecendo a cidade de Manaus, o que causará uma interrupção da programação por algumas horas”, declarou.

Transferência

O Amazonas iniciou a transferência de pacientes para unidades hospitalares de cinco estados. Para isso, além do translado desses pacientes, o governo montou um grupo de apoio psicossocial para pacientes e familiares.

“Estamos montando também um grupo de apoio para esses pacientes e familiares que irão se deslocar para os outros estados. Esse primeiro grupo irá para o estado de Goiás, e outros grupos irão para os estados do Piauí, Maranhão, Brasília, Paraíba e Rio Grande do Norte. E aqui quero agradecer a esses governadores, que num gesto humanitário, estão estendendo a mão para que os nossos irmãos possam ser acolhidos nessas regiões”, afirmou o governador.

Em relação ao abastecimento de oxigênio nas unidades hospitalares, o governador ressaltou que todas as medidas para solucionar as dificuldades logísticas de abastecimento do produto, apresentadas pela empresa responsável, estão sendo adotadas junto ao governo federal.

Fonte: Ricmais