Correio dos Campos

‘Ficha ainda não caiu’, dizem familiares das quatro vítimas mortas após queda de avião no Paraná

Valdecy, Luciana, Beatriz e Júlia Cruzeiro seguiam de Goioerê, no noroeste do Paraná, para o litoral paranaense quando ocorreu acidente aéreo. Corpos estão no IML de Guarapuava e devem ser liberados após a conclusão de laudos pela perícia
30 de dezembro de 2020 às 14:40
Avião caiu no Rio Macaco, entre Mato Rico e Roncador, na região central do Paraná. (Foto: Jorge Tolim/Você e Região)

Parentes da família de Goioerê, no noroeste do Paraná, que morreu após um acidente de avião na terça-feira (29), ainda estão em choque e não conseguem acreditar no aconteceu.

“Tem hora que a gente não acredita em tudo o que está acontecendo, a ficha ainda não caiu”, afirmou um parente das vítimas.

Valdey, Luciana, Beatriz e Júlia Cruzeiro eram esperados pela mãe de Luciana e outros integrantes da família em Guaratuba, no litoral do Paraná, onde passariam a virada de ano.

No entanto, cerca de uma hora depois da decolagem no aeroporto em Goioerê, o monomotor caiu dentro de um rio em Mato Rico, na região central do estado.

Familiares das vítimas ouvidos pelo G1, e que pediram para não serem identificados, disseram que o casal e as filhas eram exemplos de alegria, tinham muitos amigos e eram queridos por todos.

Os pais de Valdecy e Luciana foram pioneiros na cidade e, por isso, o casal conhecia e era conhecido por várias pessoas.

“Os pais da Luciana estão muito tristes. A mãe dela chegou em Guaratuba na madrugada e horas depois soube do acidente”, contou um familiar.

Valdecy pilotava a aeronave quando ocorreu o acidente. Ele tinha mais de 20 anos de experiência e, segundo a família, era responsável pelo aeroporto de Goioerê.

No local tinha um hangar onde guardava o próprio avião e também auxiliava outros pilotos que precisavam de ajuda, seja para solucionar alguma questão mecânica ou até para receber aeronaves que não poderiam seguir até o destino final por causa do mau tempo.

“Valdecy era apaixonado por aviação, cuidava e comandava o aeroporto. Era um piloto muito cauteloso. Essa rota até a praia ele fazia direto porque eles tinham uma casa em Guaratuba”, afirmou o familiar das vítimas.

Valdecy e Luciana gerenciavam juntos uma empresa de materiais de construção, a filha mais velha, Beatriz, tinha um consultório odontológico e a menina mais nova, Júlia, estava prestando vestibular para odontologia.

“A partir de agora a última semana de dezembro ficará marcada por essa tragédia”, concluiu o parente da família.

Sem previsão de liberação dos corpos pelo Instituto Médico-Legal (IML) em Guarapuava, não há data para a realização do velório e sepultamento. Quando ocorrer a liberação, o velório deve ser realizado no Ginásio 10 de Agosto, em Goioerê.

Perícia

Os corpos das quatro vítimas chegaram ao IML de Guarapuava por volta das 23h de terça-feira (29), 15 horas depois do acidente.

A demora ocorreu porque, segundo a Policia Científica, peritos especializados em identificação de vítimas de desastres foram chamados para ajudar.

Uma perita que atua em Curitiba e um perito da Polícia Federal de São Paulo dão suporte na identificação das vítimas e ajudam na confecção do laudo sobre as causas das mortes.

Por meio de nota, a Polícia Científica explicou que identificação pode ser feita pelas impressões digitais, ou por um exame da arcada dentária, se as vítimas tiverem prontuário odontológico. Em um último caso, a identificação deve ser feita por exames de DNA.

“Além da papiloscopia e da odontologia, que são exames mais céleres que os demais, não há um prazo específico para os que os resultados fiquem prontos, visto que o tempo da elaboração de cada laudo de identificação humana varia de acordo com a complexidade do caso”, encerrou a nota da Polícia Científica.

Fonte: G1