Correio dos Campos

Jovem réu por matar estudante de agronomia em Ponta Grossa é condenado a 29 anos e 9 meses de prisão

Nathalia Deen, de 22 anos, foi morta a facadas, em abril de 2018. Irmão dela também levou duas facadas, mas sobreviveu. Julgamento terminou por volta das 22h desta terça-feira (15).
16 de dezembro de 2020 às 14:36
Nathalia Deen tinha 22 anos e foi morta a facadas. (Foto: Reprodução/RPC)

Um jovem réu por matar a estudante de agronomia Nathalia Deen, de 22 anos, foi condenado a 29 anos e nove meses de prisão, nesta terça-feira (15), em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná.

O Tribunal do Júri condenou Mateus Gonçalves pelos crimes de homicídio com quatro agravantes: motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

Ele também foi condenado por tentativa de homicídio com as qualificadoras: assegurar impunidade do outro crime, recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel.

O julgamento começou por volta das 8h30, no Fórum de Ponta Grossa, e terminou por volta das 22h.

Segundo a investigação, Mateus entrou no apartamento da ex-namorada e a agrediu com oito facadas, em 6 de abril de 2018. O irmão dela, de 19 anos, levou duas facadas e foi agredido no pescoço, mas sobreviveu.

De acordo com a denúncia, Mateus não aceitava o fim do relacionamento com Nathalia.

Ele está preso desde o dia do crime na Cadeia Pública Hildebrando de Souza. Em depoimento à Polícia Civil, em 2019, o jovem alegou não lembrar as circunstâncias do crime porque tinha bebido.

O júri

Por causa da pandemia, o julgamento desta terça-feira não teve público. A sessão pode ser acompanhada por meio do site disponibilizado pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Apenas juiz, Ministério Público, servidores do judiciário, advogados e os jurados sorteados tiveram acesso ao tribunal. Nem mesmo os familiares de Nathalia Deen puderam acompanhar a sessão.

As testemunhas comparecem presencialmente porque uma não podia ouvir o depoimento da outra. O uso de máscara e o distanciamento social foram obrigatórios.

Mateus acompanhou todo o julgamento de dentro da cadeia por videoconferência.

Para compor o júri popular, 20 pessoas foram sorteadas previamente e sete escolhidas como juradas. Depois do debate e dos interrogatórios, elas votam secretamente e, por fim, houve a leitura da sentença pelo juiz.

O crime

Nathalia, que estudava Agronomia na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), foi morta no apartamento onde morava, no bairro Uvaranas.

Uma câmera de segurança registrou o momento em que Mateus, que também é estudante de Agronomia, pulou o muro do condomínio e fugiu do local.

De acordo com a polícia, ele foi encontrado horas depois com cortes nos pulsos em uma sala da UEPG.

O que dizem os citados

A advogada Giovane Cristina Raffo Deen, que é tia de Nathalia e atua como assistente de acusação no processo, disse que com a condenação de Mateus, encerram um ciclo e estão aliviados em confiar na efetividade da Justiça.

“Temos confiança de que a morte da Nathalia também influenciou nossa sociedade, em especial as cidades de Castro e Ponta Grossa, já que o resultado obtido em Plenário, com o acolhimento integral da denúncia, demonstra a clara relevância social dos crimes que envolvem violência doméstica e a resposta dos integrantes de nossa sociedade a crimes de tal natureza”, afirmou na nota.

O advogado Tainan Felix Laskos, que defende Mateus Gonçalves, afirmou que a defesa avaliará a sentença, “para definir a interposição de recurso, no prazo de cinco dias”.

Fonte: G1