Após fazer escova progressiva, mulher é internada em UTI com parada cardiorrespiratória, em Cascavel
Uma mulher teve uma parada cardiorrespiratória após fazer uma escova progressiva em um salão, em Cascavel, no oeste do Paraná. Ela ficou três dias internada da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital do Coração.
De acordo com o médico do caso, Lisias de Araújo Tomé, a vítima teve uma grave alergia ao produto químico usado no processo de alisamento do cabelo. Após chegar ao hospital, foi intubada imediatamente, caso contrário, poderia ter morrido.
“Depois que ela foi tomar banho exalou um vapor do cabelo dela, com cheiro bem característico do formol. Ela inalou esse vapor e começou a passar mal e teve falta de ar. A sorte dela é que o marido estava em casa, ela pediu socorro e ele ligou para o Samu”, contou. O formol é uma substância altamente tóxica e proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Vigilância Sanitária do município é responsável por fiscalizar o uso de formol em estabelecimentos. A direção da vigilância informou ao G1 que, até a publicação desta reportagem, nenhuma denúncia havia sido registrada sobre o caso. Segundo o médico, a vítima teria feito o alisamento no domingo (16) e passou mal na segunda-feira (17). Ela recebeu alta e está em casa em recuperação.
“O formol é tão forte que nós usamos para preservar cadáveres nos tanques para que os alunos possam estudar neles. Ele provoca queimaduras, provoca reações químicas, de grande intensidade, muitas vezes, faz uma lesão tão grande no couro cabeludo, que as pessoas ficam calvas, nunca mais nasce cabelo naquela região que aplicou o formol. Pode haver um óbito por situações gravíssimas de intoxicação por formol, tanto pela inalação como contato químico”, explicou o médico.
Segundo o marido da vítima, ela registraria um boletim de ocorrência sobre o caso nesta terça-feira (25), mas passou mal e, por isso, não foi possível.
Riscos à saúde
O uso indevido de formol em alisantes de cabelo pode causar diversos males à saúde, como: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência dos olhos e lacrimejamento, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz.
Exposições constantes podem deixar a boca amarga e causar dor de barriga, enjoo, vômito, desmaio, feridas na boca, narina e olhos, e câncer nas vias áreas superiores, podendo até levar à morte.
É possível consultar no site da Anvisa se o alisante de cabelo é registrado e liberado.
Fonte: G1 Paraná