Correio dos Campos

Juiz do Paraguai marca audiência que definirá futuro de Ronaldinho e irmão para 24 de agosto, diz advogado

Audiência ocorrerá no Palácio da Justiça do Paraguai, em Assunção. Irmãos estão detidos no Paraguai desde março após entrarem no país com documentos adulterados.
10 de agosto de 2020 às 16:12
Ronaldinho Gaúcho e o irmão foram detidos no Paraguai em março de 2020. (Foto: Divulgação)

O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e o irmão, Roberto de Assis, terão uma audiência preliminar com juiz paraguaio Gustavo Amarilla, no dia 24 de agosto, para decidir o futuro deles. Os dois estão detidos preventivamente há mais de cinco meses no Paraguai após entrarem no país com documentos paraguaios adulterados.

A informação foi confirmada ao G1 pelo advogado de defesa dos irmãos, Sérgio Queiroz, nesta segunda-feira (10). O caso será analisado pelo juiz após o Ministério Público do país concluir as investigações e pedir ao judiciário, na sexta-feira (7), a suspensão condicional do processo.

No documento apresentado na sexta-feira, os promotores permitem o retorno dos dois ao Brasil, mas sugere algumas exigências, como como o pagamento de 200 mil dólares em multa, que seriam 90 mil pagos por Ronaldinho e 110 mil por Assis.

Se a Justiça atacar o pedido, após o prazo legal, o processo será arquivado e os dois terão a liberdade.

A audiência preliminar ocorrerá no período da tarde, no Palácio da Justiça do Paraguai, em Assunção. A capital do país fica a 425 quilômetros de Cidade do Leste, que faz fronteira com o Brasil, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

Conforme o advogado de defesa, o pedido ao judiciário ocorreu porque a investigação não encontrou nenhuma prova relacionada aos crimes que suspeitavam, como lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Prisão no Paraguai

Ronaldinho e Assis estavam detidos desde 6 de março, após entrarem no Paraguai com documentos paraguaios adulterados. Outras três pessoas foram presas na ocasião.

De acordo com o promotor paraguaio Federico Delfino, existia um processo de naturalização no Paraguai aberto para Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira. Segundo ele, o procedimento corria à revelia dos dois brasileiros.

Ainda segundo Delfino, o esquema também envolveria um funcionário público paraguaio, que teria apresentado uma série de documentos à Direção de Migração do Paraguai para naturalizar os dois irmãos.

Ao envolver órgãos oficiais paraguaios, o caso se ampliou no país. Em 5 de março, o diretor geral da Direção de Migrações, Alexis Penayo, pediu demissão do cargo e criticou o Ministério do Interior pela demora na resolução do caso envolvendo Ronaldinho Gaúcho.

Em 7 de abril, o juiz do Paraguai concedeu prisão domiciliar aos irmãos. Eles pagaram fiança de 1,6 milhão de dólares e, desde então, estão hospedados em hotel no centro de Assunção, proibidos de deixar o pais.

Fonte: G1