Correio dos Campos

Estudante de medicina veterinária picado por naja no DF acorda do coma

10 de julho de 2020 às 09:29
Uma das cobras apreendidas pela PMDF Foto: Divulgação / PMDF

O estudante Pedro Krambeck, de 22 anos, picado por uma naja — cobra que não pertence à fauna brasileira — acordou do coma por volta das 18h desta quinta-feira, dia 9. Ele fora internado em um hospital no Gama em estado grave. O réptil em questão foi capturado pela PM nesta quarta-feira, mas logo no dia seguinte, outras 16 cobras exóticas relacionadas ao caso foram capturadas.

Uma fonte com conhecimento do estado de saúde do jovem disse que ele já está conversando e agradecendo a todos que trabalharam por sua recuperação.

Segundo o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), a localização das 16 serpentes foi passada por uma denúncia anônima informando que na área rural de Taquara, em Planaltina, havia diversas outras serpentes escondidas em caixas. A assessoria de imprensa da corporação divulgou imagens destes répteis.

No entanto, a cobra que feriu o estudante de medicina veterinária Pedro Krambeck, de 22 anos, foi localizada nesta quarta-feira, dia 8. Levado para o hospital Maria Auxiliadora, no Gama, ele deu entrada em estado grave, ficando em coma.

A naja não pertence à fauna brasileira, tendo como origem a África e a Ásia. Com isso, a Polícia Civil investiga como ela veio parar no Brasil, e agora também leva em conta algumas das demais serpentes. Nem todas elas são provenientes do país.

Inicialmente, os répteis foram levados para a 14ª DP, responsável pelo caso, mas depois serão encaminhados ao Ibama para que seja feito o devido reconhecimento das espécies.

Procurado, o hospital afirmou que não foi autorizado pela família do paciente a passar seu boletim médico.

Saiba como foram as buscas pela naja

A Polícia Civil foi acionada por um auditor fiscal do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Ibram-DF) nesta quarta-feira para auxiliar nas buscas pela cobra venenosa nas proximidades do local do ferimento. A ocorrência segue em apuração pela 14ª DP. Permanece um mistério como a naja apareceu no país.

O major Elias Costa contou que foi empregado “muito empenho” por meio do trabalho de várias equipes. Após colhidas informações com pessoas próximas do estudante, os PMs entraram em contato com um jovem não identificado que tinha conhecimento do lugar onde a cobra estava. Costa explicou que foi necessário convencê-lo a fornecer a localização para as autoridades, pois o animal é perigoso.

A naja foi encontrada no pier 21, uma área escura, atrás de um morro de areia. Ela passa bem e foi levada para um ambiente adequado. Segundo Costa, embora seja conhecida pela agressividade, estava tranquila ao ser capturada pelos PMs.

Não foi encontrado registro do animal

O major disse ainda que não existe antídoto para o veneno da cobra em produção no país, mas havia uma dose no Instituto Butantan, em São Paulo, que forneceu para o jovem.

— Muito provavelmente quem vai passar essa informação (de como a naja chegou ao Brasil) será ele mesmo, quando ficar melhor — afirmou Costa. — Tiramos mais esse animal de circulação do meio ambiente urbano. É uma vitória do nosso batalhão.

Segundo as informações obtidas pelos investigadores, até o momento não foi encontrado registro do animal em nome do estudante nos sistemas do Ibram-DF. Também foi verificado que o jovem manifestava interesse por cobras através de prints tirados de seu antigo perfil no Facebook que, após o incidente, foi apagado.​ O Ibama também ajudou nas buscas desta quarta-feira pelo réptil.

De acordo com o Instituto Butantan, a diferença entre a naja e as cobras encontradas em solo brasileiro consiste em sua parte anterior, que levanta-se e ela abre o capelo, região abaixo da cabeça. A naja possui um desenho na parte posterior, semelhante a um olho, que é para se defender de predadores.