Correio dos Campos

Jovem que jogou bebê vivo de prédio em SP é liberada após alta hospitalar

Pedido de prisão preventiva feito pela delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande foi indeferido.
22 de junho de 2020 às 08:31
Caso ocorreu em um condomínio na Vila Caiçara, em Praia Grande (SP) — Foto: Reprodução/Praia Grande Mil Grau

A jovem de 20 anos que jogou o bebê recém-nascido vivo do 2º andar do apartamento em Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi solta. Ela estava internada no Hospital Irmã Dulce, mas está em liberdade depois que o pedido de prisão preventiva foi indeferido pela Justiça. O G1 confirmou a informação com a Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (22).

De acordo com a delegada titular Lyvia Bonella, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande, que requereu a decretação da prisão preventiva da suspeita, o pedido foi indeferido pela Justiça. Ela explica que a jovem recebeu alta neste fim de semana e que, agora, deverá responder em liberdade.

A titular da DDM também explica que a jovem responde por infanticídio, mas deverá fazer uma avaliação psiquiátrica para saber se, no momento do crime, estava em puerpério, estado alterado de ânimo logo após o parto. Caso os exames mostrem um estado perfeito de consciência, ela pode responder por homicídio. “O exame já foi requisitado, e se for comprovado que ela estava sob estado puerperal, ela fica no infanticídio, que a pena é menos grave que o homicídio”, esclarece a delegada.

A jovem foi acompanhada, até o momento, por um defensor público. Mãe de uma criança de um ano e quatro meses, a moradora de Praia Grande afirmou em conversa informal com policiais civis que não sabia da gravidez recente. Ela fez o parto sozinha no banheiro do apartamento localizado no bairro Vila Caiçara e afirmou ter medo da reação da mãe quando viu a criança nascendo.

Segundo depoimento da jovem, ela teria entrado no banheiro por volta de 7h de quinta-feira (18), dia em que o caso aconteceu. Ela começou o trabalho de parto sozinha no cômodo da casa. A mãe da jovem alegou na delegacia que escutou gritos, e disse que imaginou que a filha estava brigando com o neto de um ano.

A jovem, que responderá em liberdade, foi flagrada por câmeras de monitoramento arrastando o saco de lixo com o bebê recém nascido. A ação, que durou cerca de 30 minutos, começou com a queda do bebê do segundo andar do prédio. Após a queda, a jovem leva o saco até o elevador e depois arrasta pelo corredor, até deixar na lixeira do prédio. Segundo informações da Polícia Civil, a jovem estava confusa ao falar sobre o bebê, e também alegou que deixou o saco na janela quando caiu.

Ainda de acordo com a polícia, a médica legista examinou o bebê recém-nascido e alegou que ele nasceu vivo e morreu por asfixia, e não pela queda. Ainda não há como definir se a asfixia foi causada pelo fato do bebê estar dentro do saco de lixo, mas ele não tinha marcas no pescoço.