Correio dos Campos

“Eu tô vivendo essa vida por viver”, diz mãe de menino executado em Almirante Tamandaré

Matheus Kinap, de apenas 12 anos, foi morto com três disparos de arma de fogo na cabeça
22 de junho de 2020 às 14:45
(Foto: Reprodução/RIC Record TV)

RIC MAIS – A mãe de Matheus Kinap, de 12 anos, executado no último sábado (20) em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, esteve na delegacia da Polícia Civil, nesta segunda-feira (22), para saber como está a investigação sobre a morte do filho.

No local, ela contou que o menino era estudioso, sempre ajudava cuidar de seus irmãos e afirmou que não existe explicação que possa justificar alguém tirar a vida de uma criança. “Ele era um menino muito bom, me ajudava em casa, ajudava cuidar dos irmãos dele, não tem explicação. A única coisa que eu peço é justiça porque não pode ficar assim, tirou a vida de um inocente, uma criança que tinha a vida inteira pela frente”, disse.

Inconformada com o assassinato brutal do filho, ela declarou ainda que a vida perdeu o sentido com tamanha injustiça.

“Eu tô vivendo essa vida por viver porque não tem lógica. A gente pode ter dez filhos, mas nenhum fica no lugar do outro. A dor vai ficar para o resto da minha vida, eu não vou ter meu filho de volta, mas eu quero justiça”, desabafou.

Imagens registram suspeito

De acordo com o delegado Tiago Dantas, que cuida do caso, a investigação está em andamento e existem dois suspeitos pelo crime. Ambos teriam desavenças com o tio de Matheus. Além disso, uma câmera de segurança registrou o momento em que o assassino chega no local e aguarda o momento oportuno para surpreender as vítimas.

“O suposto autor chega com a moto, estaciona a moto, e fica ali do outro lado da calçada aguardando. Logo depois, a gente consegue ver ele correndo até a moto para fugir”, explica Dantas.

Matheus estava acompanhando o tio identificado como Maurício, o verdadeiro alvo da execução, quando o crime ocorreu. “Conversamos preliminarmente com o tio da criança e ele nos informou que teria marcado um encontro com uma pessoa e pegou o Matheus para fazer companhia, até que essa pessoa chegasse. Só que nesse momento, chegou o executor, por trás dos dois, com arma em punho e desferindo os tiros”, disse o policial.

No entanto, o delegado pontua que mesmo o tio sendo o alvo principal, o atirador não poupou a vida da criança e executou propositalmente o menino que ficou paralisado quando viu o homem armado.

“No momento em que o Maurício viu a situação, que era o alvo, ele correu, no extinto e, aí, o executor optou por desferir tiros na criança e efetuou três tiros na região da cabeça. Se ele estivesse efetivamente com o intento de acertar o Maurício que empreendeu fuga, a criança teria ficado parada, então provavelmente, a arma teria deslocado em direção a quem estava fugindo, mas ele optou por atingir a criança que estava sentada”, falou o policial.

Ainda conforme o policial, a jovem que estava indo ao encontro do tio de Matheus, e não conhecia o homem pessoalmente, até o momento, é tratada como testemunha. No entanto, a investigação apura como o atirador sabia que as vítimas estariam local do crime, na hora combinada.

“Não excluímos a possibilidade de ela ter marcado uma emboscada porque a gente consegue verificar que por volta de 10 min, o executor fica aguardando. Como ele sabia que efetivamente o Maurício estaria ali naquela esquina?”, finaliza o delegado.

Matheus foi sepultado neste domingo (21). A equipe da RIC Record TV também apurou que o pai do menino também foi assassinado em 2017.