Mentor de mega-assalto à Prosegur em Ribeirão Preto teve auxílio emergencial liberado
G1 – Um levantamento feito pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (31), mostrou que o homem que comandou o mega-assalto à Prosegur, em Ribeirão Preto (SP), teve auxílio emergencial liberado durante a pandemia do novo coronavírus.
Diego Moura Capistrano foi apontado pela Polícia Civil como um dos mentores do roubo que levou R$ 51,2 milhões da empresa de transportes de valores, no bairro Campos Elíseos, na madrugada de 5 de julho de 2016. A quadrilha usou armamento de guerra e explosivos para invadir a empresa.
Um morador de rua, de 38 anos, que teria sido usado como escudo pelos suspeitos morreu queimado após o assalto. O homem estava próximo a um dos veículos que foi incendiado pelo grupo. Na fuga, um policial rodoviário foi morto com um tiro na cabeça. Do total levado pela quadrilha, a polícia recuperou R$ 200 mil e prendeu quatro pessoas.
Acusado de transportar o dinheiro roubado e os demais suspeitos em um caminhão durante a fuga, Capistrano foi condenado a 123 anos de prisão, mas segue foragido da Justiça.
O nome do acusado do mega-assalto consta na lista do Ministério da Justiça entre os 22 criminosos mais procurados do Brasil. Ele é procurado por crime contra o patrimônio, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com o levantamento do Fantástico, ele já teria recebido a primeira parcela de R$ 600 e tem direito à segunda parcela do benefício, que está prevista para ser paga em 9 de junho. Além de Capistrano, outros 27 mil foragidos da Justiça tiveram o auxílio emergencial aprovado e o governo federal gastou cerca de R$ 16 milhões no pagamento da primeira parcela a essas pessoas.
O benefício é destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos, desempregados de famílias em situação de vulnerabilidade social e para os participantes do programa Bolsa Família. O auxílio emergencial é distribuído pelo governo federal para o enfrentamento da pandemia da Covid-19.
À EPTV, afiliada da TV Globo, a Polícia Civil informou que, além buscar pelo líder da quadrilha, investiga se foi Capistrano quem fez o saque dos R$ 600 ou se outra pessoa recebeu em nome dele.
Ao Fantástico, a Caixa Econômica Federal informou que apenas realiza os pagamentos e não participa, nem interfere no processo de avaliação.
Já o Ministério da Cidadania disse ao programa que há “casos em reanálise que estão passando por filtros de checagem”, para evitar o pagamento indevido, que “os recursos para o auxílio já passam de 150 bilhões de reais”, e que “as parcerias com os órgãos de controle e fiscalização auxiliam na transparência da iniciativa”. O ministério afirma ainda que “quem prestar declarações falsas ou utilizar qualquer outro meio ilícito para conseguir o auxílio será obrigado a devolver os valores recebidos”.