Correio dos Campos

PF diz ao Supremo que precisa ouvir Bolsonaro em inquérito sobre possível interferência na instituição

30 de maio de 2020 às 08:36
(REUTERS/Adriano Machado)

A Polícia Federal afirmou em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que “mostra-se necessária a realização” do depoimento do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura se houve interferência na instituição.

Procurada, a assessoria de Bolsonaro informou que não se pronunciará sobre o assunto. A PF pediu a prorrogação do inquérito por mais 30 dias. As investigações começaram em abril, quando o então ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou a demissão do cargo.

Na ocasião, Moro disse que Bolsonaro havia interferido na Polícia Federal ao demitir o então diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, e ao cobrar a troca na chefia da PF no Rio de Janeiro. Bolsonaro nega a acusação.

“Para a adequada instrução das investigações, mostra-se necessária a realização da oitiva do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro a respeito dos fatos apurados”, afirmou a PF.

Ao pedir a prorrogação do inquérito, a PF também informou que as seguintes diligências, entre outras, ainda estão pendentes:

 

  • “exame de edições dos arquivos do vídeo da reunião ministerial, a análise das mensagens do telefone celular de Sergio Moro”;
  • “resposta da Dicor [Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado] sobre o pedido de informações acerca da produtividade da SR/RJ [Superintendência da PF no Rio de Janeiro]”;
  • “resposta do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional [Augusto Heleno] quanto ao pedido de dados a respeito das trocas de comando da chefia da segurança do presidente da República”;
  • “recebimento das cópias dos inquéritos já indicados com trâmite perante a SR/RJ”;
  • “análise das informações, assim como das oitivas de Paulo Roberto Franco Marinho [empresário; suplente do senador Flávio Bolsonaro], Miguel Ângelo Braga Grillo [chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro]”.

Fonte: G1