Correio dos Campos

‘Se ele tivesse colocado a máscara, tudo estaria bem’, diz mãe de mulher morta baleada após briga entre cliente e segurança de supermercado

'Se ele tivesse colocado a máscara, tudo estaria bem', diz mãe de mulher morta baleada após briga entre cliente e segurança de supermercado
29 de abril de 2020 às 14:23
Sandra Ribeiro morreu atingida por um tiro, em Araucária, após uma confusão em um supermercado. — Foto: Reprodução/RPC

G1 – A mãe da funcionária de um supermercado morta baleada durante uma briga entre um segurança e um homem que se recusou a usar máscara afirmou que “tudo estaria bem” se o cliente do estabelecimento tivesse aceitado usar o equipamento de proteção individual.

O caso aconteceu em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, na terça-feira (28).

Segundo a Guarda Municipal, o disparo que matou Sandra Ribeiro aconteceu durante uma briga entre o o segurança Wilhan Soares, de 28 anos, e o empresário Danir Garbossa, de 58 anos, que se recusou a usar uma máscara ao entrar no local.

“Se ele tivesse colocado a mascara, tivesse obedecido, tudo estaria bem. Mas não, ele partiu para a violência”, afirmou Izabel Ribeiro, mãe da vítima.

Um decreto municipal obriga o uso de máscaras dentro dos estabelecimentos comerciais.

Imagens das câmeras de monitoramento mostram que Danir agride um funcionário do supermercado e entra em luta corporal com o segurança antes de Sandra ser atingida pelo tiro.

Investigação

O cliente e o segurança estão presos. Segundo o delegado Tiago Wladyka, o segurança afirmou ao ser detido que efetuou apenas um disparo, em legítima defesa, contra o empresário. Danir foi atingido de raspão pelo tiro.

“Vamos investigar ainda o disparo que atingiu a funcionária. Os dois envolvidos e outras testemunhas prestarão depoimento e a arma será periciada”, afirmou o delegado.

O segurança autuado em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo o delegado, a reação em legítima defesa foi desproporcional.

“Vamos investigar o grau de responsabilidade do cliente no homicídio, e ele pode ser indiciado por isso”, afirmou Wladyka.

O empresário que se recusou a usar a máscara foi autuado por perturbação a organização de trabalho, duas lesões corporais e violação a determinação do poder público pra evitar doenças contagiosas.

Segundo o delegado, a arma estava regular, mas a Polícia Civil aguarda uma resposta da Polícia Federal sobre a permissão do uso da arma de fogo dentro do supermercado pelo vigilante.

A arma foi apreendida e será periciada, segundo a polícia.

O que dizem os envolvidos

A defesa do empresário Danir Garbossa afirmou que, por ora, não vai se manifestar.

O G1 tenta localizar a defesa do segurança Wilhan Soares.

A rede de supermercados Condor afirmou que lamenta a morte da funcionária, que está colaborando com as investigações e que um funcionário da empresa ofereceu gratuitamente uma máscara ao cliente, que se recusou a usar.