Correio dos Campos

“Bateram e esfaquearam muito ele, foi cruel”, relata a filha de taxista morto após corrida

Adilson da Silva, de 69 anos, foi encontrado morto em Campo Largo após uma corrida feita por aplicativo
31 de março de 2020 às 08:26
Taxi de Adilson Silva. Foto: Colaboração Banda B

Danielle Kelly, em entrevista à Banda B, relatou o desespero que passou após o sumiço de seu pai, o taxista Adilson da Silva, de 69 anos. Ele foi encontrado morto pela própria família na madrugada do último domingo (29), na Estrada Inácio Belinowski, na Colônia Figueiredo, em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba.

De acordo com Danielle, a família ficou bastante preocupada com a demora do taxista em voltar do trabalho, já que ele costumava estar em casa perto das 23h. Taxista há cerca de 40 anos, Adilson gostava do que fazia. “Mesmo com alguns problemas de saúde, ele queria trabalhar”, disse a filha.

Com a demora, Danielle conta que ela e a família decidiram sair a procura do pai, pois ele “nunca ficou até muito tarde trabalhando”. Foram até dois pontos de táxi onde ele geralmente ficava, na região do bairro Boqueirão, e em nenhum dos locais foi encontrado. Segundo ela, os colegas de Adilson disseram que ele havia saído para fazer uma corrida por aplicativo por volta das 22h30 e ainda não tinha voltado.

“Depois disso, ligamos para a polícia e fizemos o boletim de ocorrência relatando o sumiço dele”, contou. Em seguida, após a tentativa de ligar para o pai e o celular estar desligado, a filha decidiu tentar conseguir a última localização do GPS através do e-mail cadastrado no celular. “Ligamos para a polícia e informamos o endereço”.

Kelly e a mãe foram até o local informado no localizador e a irmã acabou chegando antes dos policiais.  “Ele estava de bruços no chão todo ensanguentado, entramos em desespero”, disse bastante emocionada.

Logo a polícia chegou ao local e, após alguns minutos, receberam a informação de que o carro que o pai usava para trabalhar, um Toyota Etios, havia sido encontrado em um ponto de táxi no bairro Santa Quitéria, em Curitiba. “O carro estava no ponto e a chave também”.

Ainda, ela conta que o pai já sofreu outros assaltos e que sempre soube reagir bem ao acontecimento, “nunca resistiu, ele sabe como agir”.

O superintendente Itamar da polícia de Campo Largo investiga a possibilidade de ter sido um latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. Porém, não descarta outras linhas de investigação.

“Só queremos que a polícia encontre quem fez isso, que ele pague pelo que fez. Meu pai não vai voltar. Todo mundo gosta dele, ele nunca fez mal à ninguém, sempre que pôde ajudar ele ajudou”, disse Danielle.