Correio dos Campos

Menino de 10 anos salva irmão recém-nascido engasgado com leite em Erechim: ‘Fiz o que era pra fazer’

Juan Rosoni Baldissera realizou manobras de primeiros socorros e ajudou Dylan, que tinha 17 dias, a desengasgar.
6 de março de 2020 às 10:55
Lucinéia Rosoni e os filhos, Dylan, 2 meses, e Juan, 10 anos — Foto: Reprodução/RBS TV

Um menino de 10 anos salvou o irmão recém-nascido graças a uma manobra de primeiros socorros que aprendeu no curso de Bombeiro Mirim, em Erechim, na Região Norte do estado. Juan Rosoni Baldissera desobstruiu as vias aéreas do caçula Dylan, que tinha 17 dias de vida e havia se engasgado com o leite.

“Só virei ele de ponta cabeça e fiz o que era pra fazer”, disse Juan.

A auxiliar de serviços gerais Lucinéia Rosoni tinha acabado de amamentar o bebê e pediu que Juan cuidasse do irmão enquanto tomava banho. Quando percebeu que Dylan estava com o lábio roxo e vomitando, o menino de 10 anos agiu rápido.

“Peguei ele, virei de cabeça pra baixo e comecei a dar uns tapinhas. Gritei bem alto, chamando a minha mãe, pra ela poder vir aqui, [mas] quando ela chegou ele já tinha desafogado. Ela pegou ele, limpou, e ele começou a respirar normal”, conta Juan.

Em setembro do ano passado, o menino iniciou o curso de Bombeiro Mirim, e foi nessas aulas que ele aprendeu a fazer os movimentos que salvaram o irmão.

“O professor tinha levado um boneco. A gente praticou e, depois de ter praticado, eu fiquei olhando pra saber como é que era, porque eu tinha meu irmão. Vim pra casa e falei pra minha mãe que eu tinha aprendido. Uns dias depois, o meu irmão se afogou, e eu desafoguei ele”, diz.

A mãe dos meninos diz que se emociona sempre que lembra desse dia.

“Na hora foi um desespero, mas depois eu fiquei muito orgulhosa. Porque, em várias coisas que ele faz, ele tem essa maturidade, de conseguir fazer uma coisa tão séria. Ele é o orgulho da minha vida.”

O bombeiro Régis Brum alerta a importância deste conhecimento, já que é uma das principais causas de mortalidade entre bebês.

“Você precisa agir rápido. Caso a criança não esteja respirando, não tem tempo para nós pegarmos e levar ao hospital. Tem que agir de imediato. Caso contrário, esses poucos minutos de deslocamento podem custar a vida de uma criança”, afirma.

Depois dessa experiência, Juan já sabe o que pretende ser quando crescer.

“Vou ser bombeiro. Porque, quando eu comecei a fazer o curso, eu só fazia pra aprender alguma coisa, mas comecei a gostar do curso, a gostar de ser bombeiro. Acho bem legal como os bombeiros salvam vidas e ajudam as pessoas.”

Fonte: G1