Correio dos Campos

Aos 9 anos de idade, menina ensinou vendedor de picolé a ler e escrever

1 de março de 2020 às 11:14
As aulas começaram no chão, em frente à escola onde Bárbara estuda. Foto: Risélia Maria

Olha que história incrível, gente! O seu Zezinho, um vendedor de picolé de 68 anos, não sabia ler e nem escrever.

Até que um dia, com a ajuda de uma “professora” de apenas 9 anos, ele conseguiu escrever o seu nome pela primeira vez!

Conheçam a história do seu Francisco Santana Filho e da estudante Bárbara Matos Costas, hoje com 10 anos, do município de Crato, no interior do Ceará.

Há mais de 40 anos, o seu Zezinho vende picolés em frente à escola da pequena Bárbara. Certo dia, com dificuldades na matéria de Português, ela recorreu ao amigo para ajudá-la.

Em lindo vídeo produzido para o projeto Inspire Fundo do grupo Algar em parceria com o Razões para Acreditar, a estudante contou que foi surpreendida pela resposta do amigo.

“Eu perguntei para ele, ‘Ô, seu Zezinho, o senhor sabe ler e escrever?’, e ele contou que nunca foi para a escola porque precisava trabalhar”, contou a pequena.

No Nordeste, a taxa de analfabetismo chega a 13,9%.

Bom, naquele momento, nascia uma amizade muito linda entre os dois.

Imediatamente, a pequena pegou seu caderno e um lápis e começou a ensinar ao seu Zezinho o alfabeto.

“Eu levei até na brincadeira, né. É uma criança, né. Mas não, foi um negócio sério rapaz”, contou o idoso.
“Ela faz prova, manda dever de casa, é a coisa mais linda”

É isso mesmo, a pequena professora faz questão de cobrar e acompanhar o desenvolvimento do seu Zezinho.

Ele relatou que às vezes esquece algumas letras, mas a gente sabe que é questão de tempo para ele pegar mais intimidade com a gramática, ainda mais com uma professora dessas, não é mesmo?

“Eu tinha o sonho de aprender a escrever o meu nome, e ela me ajudou”, disse sorrindo.

Hoje já se completou um ano desde a primeira aula do seu Zezinho com a Bárbara. Após a aula da escola, os dois estudam juntos.

A história deles ficou conhecida após a psicopedagoga da escola, Risélia Maria, registrar e publicar em sua rede social os dois com os cadernos em frente à escola, sentados no chão.

“Ele é uma boa pessoa e precisava saber ler e escrever um dia”, diz ela, que sonha em ser médica, veterinária ou masterchef ‘quando crescer’.

Fonte: Razões para acreditar