Correio dos Campos

Fisioterapeuta muda vida de menino que não andou até os 6 anos

14 de janeiro de 2020 às 17:07
Miguel e Hugo em 2016 e 2019 (Fotos: Thais Araújo)

“Eu consegui!”. Foi a frase emocionada que o Miguel disse quando ficou de pé pela primeira vez, aos 5 anos de idade, durante tratamento com o fisioterapeuta Hugo Quatrochi em 2018 em Limeira, no interior de São Paulo.

Hoje Miguel tem 6 anos de idade e o mesmo fisioterapeuta mostra a evolução do menino. Ele deu os primeiros passos sozinhos em 2019 e agora já consegue até jogar bola.

Para conseguir firmeza nas perninhas, o garotinho faz fisioterapia todos os dias pra superar as limitações impostas pela mielomeningocele, um problema congênito que afeta a coluna e a medula espinhal e não permite que elas se desenvolvam adequadamente.

A mãe dele, Thaís Araújo, de 28 anos – que é de Brasília e hoje vive no interior de São Paulo – descobriu o problema quando estava grávida, na 17ª semana, após um exame morfológico.

Questionada pela equipe médica se queria abortar, ela optou pela vida e não se arrepende.

“A médica me disse que ele nem iria sobreviver.. que minha gravidez não iria pra frente. Que se ele nascesse iria vegetar o resto da vida. Me ofereceu abortar.. porque pela lei eu estava amparada”, afirmou Thaís em entrevista ao SóNotíciaBoa.

Há 3 anos Miguel faz um tipo de fisioterapia chamado Therasuit, um tratamento intensivo diário com 3 horas de duração. O fisioterapeuta Hugo Quatrochi, de 28 anos, atende Miguel desde o início e conta que a relação dele com o menino vai além do trabalho dentro da Clínica Intensiva.

“Eu fiz o primeiro intensivo dele e a gente criou essa relação de amor, de amizade, de troca. A gente aprende muito com ele. Depois desse intensivo ele começou a ficar em pé, arriscou os primeiros passinhos. Hoje ele tem uma marcha funcional, anda, joga bola… É um menino muito corajoso. E está bem diferente do que era antes”, afirmou o especialista.

E tem muito amor envolvido nesse trabalho, dos dois lados.

“O Hugo foi um presente de Deus pra nós. O Miguel já passou por muitos fisioterapeutas, mas como o Hugo nunca encontramos igual. Ele tem uma sensibilidade, um olhar que é de se admirar. Ele entra dentro do mundo do Miguel e faz o possível e impossível pra tirar um sorriso dele, e lógico, pra que ele alcance o objetivo, que é andar. É uma pessoa que ama o que faz, você percebe que ali não é pelo dinheiro, ou qualquer outra coisa, e sim pelo amor a profissão e pra que essas crianças tenham qualidade de vida”, afirmou a mãe do Miguel.

Fonte: Só Notícia Boa