Correio dos Campos

Após ‘perderem’ o pai para o câncer, trigêmeas passam juntas no vestibular e vão cursar medicina em Adamantina

9 de janeiro de 2020 às 13:57
As trigêmeas Maria Gabriela, Maria Eduarda e Maria Fernanda passaram juntas no vestibular do curso de medicina, em Adamantina (Foto: Daniel Torres)

As trigêmeas Maria Eduarda, Maria Gabriela e Maria Fernanda Guimarães Cordes surpreenderam os familiares e amigos e conseguiram, juntas, a aprovação no vestibular para o curso de medicina em Adamantina (SP).

“Nós três vamos nos dedicar bastante e exercer essa profissão com muito amor e carinho porque sabemos das dificuldades que os pacientes enfrentam. Um dos motivos para a nossa decisão [em cursar medicina] foi porque perdemos o nosso pai para o câncer e queremos lutar para ajudar muitas pessoas”, contou Maria Gabriela.

O resultado da prova aplicada em 30 de novembro de 2019 foi divulgado pela Fundação Vunesp na terça-feira (7) e as irmãs, que são moradoras de Quatá (SP), compareceram nesta quarta-feira (8) ao Centro Universitário de Adamantina (UniFAI), acompanhadas da mãe e do padrasto, para garantir a matrícula na sexta turma do curso, que se inicia em 2020.

“Eu estou muito emocionada, muito orgulhosa delas e vou tentar realizar esse sonho, que é o que elas querem: cuidar de pessoas”, comemorou Ana Alberta Guimarães Cordes, a mãe das estudantes, que completaram 17 anos de idade no último dia 4 de dezembro.

Maria Eduarda foi classificada em 1º lugar, Maria Gabriela em 70º e Maria Fernanda em 78º, na disputa pelas 100 vagas disponíveis no vestibular, exame para o qual elas se prepararam por conta própria.

“Eu fiz o 3º ano [do ensino médio] normal e estudava a matéria do dia à tarde”, contou Maria Eduarda.

“Eu fiquei muito feliz porque estava em dúvida entre farmácia e medicina e acabei decidindo por medicina, junto com as minhas irmãs, que me apoiaram e me ajudaram a estudar. Com muito sacrifício, estamos aqui”, revelou Maria Gabriela.

O sonho de cursar medicina vem da infância e contagiou as três irmãs ao longo dos anos.

“Quando eu era pequenininha, sempre tive vontade. Ia nos consultórios e sempre quis fazer. A gente foi conversando, uma foi despertando na outra e as três resolveram juntas fazer medicina. É bom porque as três ficam unidas e assim vai ser para sempre”, comentou Maria Fernanda.

“Para nós, é um orgulho muito grande. Essa nova turma de medicina nos traz novos desafios. O que a gente observa quando vê três irmãs passando no vestibular, o investimento da família nelas, a preocupação com ensino e a grande credibilidade do nosso curso é que, para colocar quatro pessoas da mesma família para fazer um determinado curso de uma faculdade, é preciso confiar muito nessa faculdade. Temos muito orgulho disso e, para nós, é um presente recebê-las aqui”, enfatizou o professor doutor Fábio Alexandre Guimarães Botteon, vice-reitor do centro universitário, que é constituído como autarquia municipal e tem como mantenedora a Prefeitura de Adamantina.

Fonte: G1