Correio dos Campos

‘Meu filho não era bandido, era atleta’, diz mãe de um dos 11 mortos em fim de semana violento na Grande Belém

As mortes ocorreram em sete bairros de Belém e Ananindeua. Uma força-tarefa policial foi criada para apurar os casos. Até então, nenhum suspeito foi preso e não há confirmação se mortes estão relacionadas
11 de dezembro de 2019 às 10:11
Foto: G1

“Meu filho não era bandido, nem ladrão. Era um atleta, trabalhador”, disse Regina Souto, mãe do atleta de remo Dayvisson Renato Siqueira Souto, de 31 anos – uma das 11 vítimas da série de assassinatos que causou medo em moradores de sete bairros de Belém e Ananindeua, no último fim de semana. Uma força-tarefa foi criada pela Polícia do Pará para apurar os casos. Até esta quarta (11), nenhum suspeito foi identificado e preso e não há confirmação se as mortes estão relacionadas.

Dayvison Souto ganhou, em 2012, o troféu Rômulo Maiorana na categoria remo; era pai de dois filhos e o terceiro deve nascer em janeiro de 2020. O atleta foi morto em um triplo homicídio na r. Manoel Rosa, na noite de sábado, por volta das 19h. Ele e outras duas vítimas – Jhony Ramos Marinho, de 28 anos, e José Carlos Miranda, de 38, – tinham acabado de sair de uma arena no bairro do Curuçambá, em Ananindeua, logo após partida do Parazão da Pelada, no último sábado (14). A mãe de Dayvison ficou desamparada ao ver o corpo jogado no chão.

O triplo homicídio foi um dos episódios que marcou o último fim de semana na Grande Belém. Um assassinato foi registrado às 16h39 de sexta na estr. do Maracacuera, distrito de Icoaraci, em Belém; uma outra morte às 11h30 de sábado na rod. BR-316 com estr. do Aurá, em Ananindeua; um assassinato às 21h de sábado na tv. Monte Alegre, no Jurunas, em Belém; outro na passagem do Além, no bairro da Marambaia, em Belém. No domingo, ocorreu uma morte às 00h21 na rua dos Ipês, no Levilândia em Ananindeua e outro triplo homicídio na rua Piedade, no Reduto.

O trabalho de remoção dos corpos e perícia atraiu curiosos nos locais de crimes. Inicialmente, a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) tinha confirmado oito mortes ocorridas no sábado (7) e domingo (8). Nos 8 primeiros casos confirmados, as vítimas foram executadas nos bairros do Curuçambá e Aurá, em Ananindeua, e Jurunas e Reduto, em Belém. As pessoas foram abordadas por suspeitos em veículos, que realizaram vários disparos e fugiram. Em seguida, a secretaria conformou 11 vítimas, mas não ainda não divulgou detalhes dos três crimes.

Investigações

A nota divulgada pela Polícia Civil na última terça (10) informa que uma portaria deve ser publicada na próxima sexta (13) para criar uma Comissão Permanente de Análise dos Crimes de Homicídios. Segundo a nota, o grupo deve analisar, monitorar e deliberar ações sobre os casos registrados em Belém e região metropolitana. O objetivo, segundo a Polícia, é solucionar de forma rápida as ocorrências de homicídios.

A força-tarefa deve ser composta pela Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM), Diretoria de Polícia Especializada (DPE), Núcleo de Inteligência Policial (NIP) e Diretoria de Informática e Estatística (Dime).

O delegado-geral Alberto Teixeira afirmou que “a priori, a força-tarefa deve identificar os suspeitos pelos crimes que ainda estão sem autoria definida”.

Segundo o delegado, os casos mais complexos, que possam envolver ação de organizações criminosas, devem ser encaminhados para a Divisão de Homicídios, junto ao NIP, que tem maior aporte de investigação. Os menos complexos serão conduzidos pela DPM, que inclui as seccionais urbanas.

Informações que podem ajudar a polícia a solucionar os assassinatos podem ser repassadas de forma anônima e sigilosa pelo Disque Denúncia, no 181.

Fonte: G1