Correio dos Campos

Cartões travados, telefones enganosos e falsos funcionários: casal é suspeito de montar esquema para golpes dentro de banco no Paraná

Casal foi preso após vítima perceber que perdeu R$ 3,1 mil. Segundo a Polícia Federal, a prática utilizada pelos dois é conhecida como "chupa-cabra". g1 tente identificar as defesas deles
25 de junho de 2025 às 11:50
(Foto: Adobe Stock)

Um casal foi preso suspeito de montar um esquema para aplicar golpes dentro de agências bancárias em diversos municípios da região Sul do Brasil, de acordo com a Polícia Militar (PM).

Segundo a Polícia Federal (PF), a prática utilizada pelos dois é conhecida como “chupa-cabra”.

Nela, os criminosos adulteram caixas eletrônicos, provocam o travamento de cartões e, depois, se passam por funcionários do banco para enganar os clientes e dar orientações falsas de como ajudá-los – quando, na verdade, coletam informações para desviar dinheiro da conta da vítima. Veja detalhes sobre o golpe mais abaixo.

Os suspeitos foram identificados após uma vítima de Ponta Grossa, nos Campos Gerais de Paraná, acionar a PM no sábado (21). Ela tem 55 anos e relatou que perdeu R$ 3,1 mil após cair no golpe em uma agência da Caixa Econômica que fica na Avenida Visconde de Mauá, no Bairro Oficinas.

O casal foi encontrado momentos depois em um posto de combustíveis que fica entre os municípios vizinhos de Castro e Piraí do Sul. Após a prisão, o homem, de 46 anos, e a mulher, de 43, foram encaminhados à sede da Polícia Federal em Ponta Grossa.

Ao g1, a Caixa informou que a agência citada está funcionando normalmente e que todas as informações sobre crimes ocorridos em unidades do banco são consideradas sigilosas, e repassadas exclusivamente às autoridades competentes.

A instituição bancária também afirmou que monitora “ininterruptamente” as salas de autoatendimento, e listou orientações para clientes evitarem cair em golpes.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados e o g1 tenta identificar as defesas deles.

Entenda como funciona o golpe chupa-cabra

A Polícia Federal explica que o golpe conhecido como “chupa-cabra” em caixas eletrônicos é uma prática criminosa que consiste na instalação de um dispositivo fraudulento no local onde o cartão é inserido.

“Esse equipamento impede que o cartão entre corretamente na máquina e faz com que ele fique preso. Enquanto isso, os golpistas também colocam um adesivo no caixa eletrônico com um número de telefone falso. Quando a vítima percebe que o cartão ficou retido, ela liga para esse número acreditando ser o atendimento oficial do banco. Do outro lado da linha, os criminosos se passam por funcionários da instituição financeira e, com isso, conseguem obter informações pessoais e senhas da vítima Com os dados em mãos, os golpistas realizam saques, compras ou transferências indevidas na conta da vítima”, explica a PF.

A corporação também afirma que o golpe costuma ocorrer em locais com pouco movimento ou em horários de menor fluxo, facilitando a ação dos criminosos sem serem notados.

No caso de Ponta Grossa, foi num sábado à noite, com uma das golpistas estando na agência bancária.

A vítima relatou que, após ficar com o cartão travado no caixa eletrônico, a criminosa se aproximou, se passando por cliente, e afirmou que o mesmo problema já havia acontecido com ela. A mulher a orientou a ligar para o telefone que estava no adesivo, mas quem atendeu foi o cúmplice dela, que pediu informações da conta e fez o desvio do dinheiro.

Como evitar cair no golpe

A Polícia Militar orienta que, em estabelecimentos bancários, deve-se ficar atento à presença de pessoas que não trabalhem no local.

“Em hipótese de mau funcionamento de caixas eletrônicos ou dificuldades de uso, deve-se buscar auxílio junto a colabores da agência bancária, ou contatar os canais oficiais de comunicação do estabelecimento bancário, jamais confiando em terceiros. Caso necessite de um atendimento de emergência, mantenha a calma, busque um local seguro, e acione a Polícia Militar por meio do 190”, ressalta.

A corporação lembra que, em situações de crime, o registro da ocorrência é primordial para responsabilização dos envolvidos.

O que diz a Caixa

Em nota, a Caixa Econômica garantiu que monitora ininterruptamente as salas de autoatendimento e, quando identifica ação criminosa nos equipamentos, adota medidas cabíveis – inclusive, com atuação conjunta com a Polícia Federal e demais órgãos de segurança pública, objetivando o combate a fraudes e golpes.

“Em caso de movimentação não reconhecida pelo cliente, é possível realizar pedido de contestação em uma das agências do banco, portando CPF e documento de identificação. As contestações são analisadas, de forma individualizada e considerando os detalhes de cada caso e, para os casos considerados procedentes, o valor é ressarcido ao cliente”, complementa.

O banco também orienta os clientes a não aceitarem ajuda de estranhos, mesmo dentro das agências.

“Caso o cartão fique preso na máquina, o cliente deve informar o fato a um empregado da CAIXA devidamente identificado. Se a agência estiver fechada, o cliente deve entrar em contato com a central de atendimento da CAIXA pelo 0800 104 0104 para que sejam tomadas as providências, como o bloqueio temporário ou o cancelamento com reemissão. Os clientes não devem fornecer suas senhas ou outros dados de acesso a terceiros ou em sites ou aplicativos não oficiais, bem como, em ligações telefônicas”, reforça.

O banco também reforça os principais cuidados que devem ser tomados. Veja abaixo:

  • Não forneça senhas ou outros dados de acesso em sites ou aplicativos não oficiais, bem como em ligações telefônicas;
  • Mantenha seu corpo próximo ao equipamento do autoatendimento e fique atento se não há pessoas observando a operação; redobre os cuidados ao digitar suas senhas de números e sílabas;
  • Não saia da frente do terminal antes dele voltar a apresentar a tela inicial;
  • Siga somente as orientações que constam na tela do equipamento e que são exibidas durante a transação;
  • Não permita que ninguém manuseie seu cartão, e lembre-se de retirá-lo do equipamento após finalizada a operação.

Fonte: g1