Correio dos Campos

Tóxico à saúde: vendedor do Paraná é multado em R$ 600 ao ser pego com pinhão ‘verde’

Segundo polícia, homem admitiu que tirou 100 kg de sementes imaturas de pinheiros, sem proprietário da área saber. Polícia alerta que sementes imaturas causam riscos à saúde. Veja dicas de como escolher pinhão bom para consumo.
10 de abril de 2025 às 10:55
(Foto: Polícia Militar Ambiental)

Um homem recebeu uma multa de R$ 600 após ser pego transportando cerca de 100 kg de pinhão “verde” em Guarapuava, na região central do Paraná.

O flagra foi feito pela Polícia Ambiental, que alerta que o consumo de sementes imaturas causa riscos à saúde. Saiba mais abaixo.

Segundo a corporação, o homem admitiu que tirou as sementes imaturas de pinheiros para revender, sem o proprietário da área saber.

“Ele entrou na mata e colheu. Estava na estrada quando foi abordado. Como as áreas rurais são extensas, muitas vezes o proprietário nem tem conhecimento”, explica a polícia.

O flagrante foi feito na terça-feira (8), no Distrito de Entre Rios.

Ao homem, foi lavrado um termo circunstanciado de infração penal por transportar produtos de origem vegetal em desacordo com a legislação vigente. Além disso, as sementes foram apreendidas e ele também foi autuado administrativamente.

O que diz a lei sobre a colheita de pinhão

A Polícia Ambiental destaca que a colheita, o armazenamento e a comercialização de pinhas imaturas são proibidos.

No Paraná, as normas e instruções de comercialização do pinhão são estabelecidas na Portaria IAP nº 046/2015, que diz que só podem ser colhidos pinhões de pinhas que apresentarem “características de maturação, estado deiscente com coloração verde-amarelada ou marrom típica”.

O texto também fixa a data de 1º de abril para início da colheita, transporte, comercialização e armazenamento do pinhão e proíbe o abate de pinheiros adultos (Araucaria angustifolia), portadores de pinhas, na época de queda de sementes – ou seja, nos meses de abril, maio e junho -, exceto quando autorizado.

A multa em caso de desobediência é de R$ 300 a cada 50 quilos de pinhão apreendidos, além da responsabilização por crime ambiental.

As justificativas vão desde manter as sementes para proteger a espécie da árvore e a alimentação de animais, até garantir a saúde dos consumidores.

Quando o pinhão pode ser tóxico

O Instituto Água e Terra (IAT) explica que pinhas imaturas apresentam casca esbranquiçada e alto teor de umidade, o que favorece a presença de fungos – tornando o alimento até tóxico para o consumo humano.

“Se ingerido, pode prejudicar a saúde com problemas como a má digestão, náuseas e episódios de constipação intestinal”, explica.

Por isso, devido a aspectos técnicos, no Paraná a safra vai de abril até junho, e não é permitida a venda de pinhões trazidos de outros estados.

A fiscalização do comércio de pinhão é feita pelos agentes do IAT e pelo Batalhão de Polícia Ambiental-Força Verde (BPAmb-FV). Denúncias podem ser encaminhadas à Ouvidoria do IAT, aos escritórios regionais, pelos telefones (41) 3213-3466 e (41) 3213-3873 ou 0800-643-0304 e, ainda, à Polícia Ambiental (41) 3299-1350.

Como escolher pinhão bom para consumo

Entre as dicas para escolher pinhão bom para consumo, estão optar pelos que têm a casca mais brilhante, com vários tons de marrom e sem furos. Em contrapartida, pinhões manchados podem estar estragados.

A semente também precisa estar “firme” para ser considerada um bom pinhão.

Na hora de cozinhar, há dicas mais específicas, como o teste da flutuação. Se quando cozinhar ele ficar na parte de cima da panela, é sinal que está estragado.

Os pinhões que ficarem com a ponta para baixo também são duvidosos e devem ser retirados da panela, porque podem conter de 20% a 25% de semente “brocada”, ou seja, degradada na parte interna por conta da ação de larvas de mariposas, que se alimentam do pinhão e estragam o sabor.

Fonte: g1