Jaguariaíva investe em alimentação saudável nas escolas e valoriza agricultura familiar do município e região
IMPRENSA/Jaguariaíva – Uma gestão que não ocorre de maneira isolada, mas mediante a integração de poderes voltada ao interesse da população, está mais propensa ao sucesso e ao desenvolvimento e se a Educação é a mola propulsora da evolução de uma sociedade, a alimentação com certeza é determinante no funcionamento desta engrenagem.
Em Jaguariaíva cada um dos mais de 3 mil alunos é valorizado individualmente, tendo, inclusive, cardápio que atende a necessidades nutricionais e até restrições alimentares que porventura, algum aluno apresente. Em 2018 foram gastos R$ 794 mil com merenda escolar e, para 2019, a estimativa de gasto é de R$ 883 mil.
Este cenário de cuidado e atenção com a merenda escolar, gerida inteiramente pela prefeitura municipal, através da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (Smece), contrasta com a realidade vivida há alguns anos, quando nas escolas o principal alimento disponível era o fubá.
Hoje, como explica a vice-prefeita e secretária da pasta, Alcione Lemos, as 20 instituições de ensino municipais (6 Cemei’s, 5 escolas Rurais e 9 Urbanas) seguem o cardápio estabelecido pela nutricionista do município, tendo a disposição os mais variados alimentos. “Os alunos de Jaguariaíva, hoje contam com uma merenda escolar de excelência, com carnes variadas, frutas, legumes e verduras vindos direto de pequenos produtores do município e região, tudo com controle de qualidade e valor nutricional balanceado para que nossos alunos possam se desenvolver saudáveis, recebendo educação alimentar desde pequenos”, explica.
Alcione também ressalta que, quando assumiu a SMECE em 2009, presenciou as escolas servindo pedaços de frango inteiro para os alunos, com os cortes desiguais, alguns eram beneficiados e outros desprivilegiados. “Hoje temos orgulho em dizer que nós servimos os alunos todos de maneira igual, os cortes de frango disponibilizados na merenda são peito, coxa e sobrecoxa, além das carnes bovina e suína, que vêm congeladas e não mais estragam por falta de equipamentos”, relembrou.
Além dos alimentos criteriosamente selecionados, os espaços para armazenamento compõem um cenário bem divergente da realidade de alguns anos. Antes, as escolas não contavam com freezers, fazendo com que as carnes tivessem que ser consumidas rapidamente, atualmente todas as 20 instituições municipais contam com equipamentos de armazenagem adequados para cada tipo de alimento.
A equipe composta por seis funcionários responsáveis pelo recebimento, análise, armazenamento e distribuição dos alimentos é chefiada pela servidora Adriana Castro que explica o cuidado e atenção dada à merenda servida nas escolas. “Nós recebemos aqui mensalmente seis toneladas de alimentos da agricultura familiar, são hortifrútis do município e da região que passam por uma vistoria antes de irem para as escolas. As carnes também compõem um alto volume, 2,5 toneladas/mês que chegam congeladas e são enviadas para as escolas em caixas térmicas, mas a aquisição de um caminhão refrigerado já está sendo projetada, para otimizar este transporte”, explica Adriana.
Para servir diariamente uma merenda saudável e diversificada aos alunos, os valores gastos com Agricultura Familiar ultrapassam o obrigatório estabelecido pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que é de 30%, em 2018 foram gastos 38,5% com a aquisição de alimentos da agricultura familiar e, em 2019, a previsão é de que sejam gastos R$ 304 mil, dinheiro que também beneficia os pequenos produtores, que tem destino certo para seus produtos. Atualmente 27 produtores fornecem para a merenda escolar.
Os produtos são dispostos em cardápios semanais, estabelecidos pela nutricionista Juliana Olivo de Sales, que também está na administração desde 2009 e fez parte da evolução da merenda em Jaguariaíva. “Antes não havia um cardápio ou um acompanhamento nutricional constante, hoje nós temos até cardápio diferenciado para alunos com restrição alimentar comprovada. Nosso cronograma também segue as normas do PNAE, por isso a necessidade de refeição salgada três vezes por semana. Também realizamos a avaliação antropométrica todo ano, para saber se estão com baixo peso ou com risco de obesidade e, com isso, surgiu a discussão sobre um novo profissional ser inserido para acompanhar semanalmente crianças que necessitam”, pontua Juliana.
Os investimentos em recursos humanos também têm sido altos desde 2009. Atualmente são 37 profissionais cuidando da merenda escolar no município, elas recebem cursos de especialização para diversificar o hall de receitas e ampliar o cardápio. As merendeiras também participam de concursos de receitas promovidos pelo município, nos quais são premiadas as vencedoras e as escolas, além da inserção das receitas em um livro e no cardápio dos alunos, mediante um teste de aceitabilidade.