Ponto de Vista: Pimenta explica estratégia do governo em adotar comunicação regionalizada e mais próxima da população
Em entrevista exclusiva, direto de Brasília, ao ao Ponto de Vista, programa apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã de sábado (3), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, explicou o motivo de o governo federal adotar uma linguagem mais localizada e regional em suas campanhas.
“Quando assumi a SeCom, o investimento em rádio, do Governo Federal, era de 4%. Fechamos 2023 com 12%, triplicamos o recurso de rádio no Brasil. Acreditamos muito na ferramenta rádio e acreditamos muito na regionalização da informação e na segmentação“, afirma.
Nesse sentido, as campanhas adotaram, cada vez mais, o “sotaque local” em vez de buscar um sotaque artificialmente neutro e padronizado. “Logo que assumi, criamos um boletim diário de rádio da SeCom e o locutor é gaúcho, trabalhou na Rádio Gaúcha e em outras rádios. É um bom radialista, mas é evidente que ele tem sotaque de gaúcho. Até que Santa Catarina e Paraná não estranham muito, porque tem muita identidade, muita coisa parecida. Fui à Bahia, cheguei à TVE e temos uma rede grande de rádios lá e soube que não estavam usando o boletim da SeCom, apesar de ser um conteúdo diário e gratuito. Imagina estar [na rádio] um baiano e uma baiana conversando e, de repente, entra um gaúcho falando: o ouvinte vai achar que é uma brincadeira”, observa.
Quando o funcionário da rádio baiana explicou esse estranhamento ao ministro, foi que “caiu a ficha” de Pimenta sobre a importância e necessidade de segmentar a comunicação para aproximá-la das diversas realidades locais. “Desde então, mudamos completamente a política e todas as comunicações das nossas principais campanhas são em 27 formatos. Na campanha de vacinação, por exemplo, que fizemos uma campanha bonita de vacinação no Paraná, as imagens que apareceram foram do Paraná, não foi uma coisa geral. Cada vez mais, vamos trabalhar na regionalização e nessa diversificação dos meios de chegar às pessoas“, afirma.
A conclusão sobre a necessidade de adotar esse novo formato deriva de uma pesquisa de hábito de mídia – pois existem diferentes perfis de consumo de informação. Por exemplo, há grupos de pessoas, especialmente entre os mais jovens, que não ouvem rádio e apenas consomem plataformas digitais de áudio (Spotify, Deezer, iTunes, Apple, Amazon) ao mesmo tempo que há pessoas que sequer conhecem as plataformas de áudio.
Conforme Pimenta, a comunicação precisou ser repensada porque o alcance dos meios mudou. E ela não pode ser excludente. O ministro cita o exemplo de uma grande parcela da Amazônia, em que o principal meio de comunicação ainda é a radiodifusão em ondas curtas e, por isso, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) continua a produzir programas de recados e radionovelas, por exemplo.
Relação com o presidente
Pimenta comentou, ainda, na entrevista, sua relação de longa data com o presidente, a quem conheceu quando tinha apenas 18 anos. Em 1989, quando Lula concorreu à Presidência pela primeira vez, Paulo Pimenta era vereador e presidente do PT em Santa Maria (RS) e estava com 22 anos. “Conviver com o Lula, para nós, é um privilégio, ter essa oportunidade. Porque um Lula não nasce todos os dias. Se você olhar todos os grandes líderes que o século [XX] conheceu, o que tem ainda no mundo hoje? É o Lula e o Papa Francisco. Os grandes líderes que o mundo teve nos últimos anos. Um cara com a trajetória dele, que saiu de onde saiu e chegou aonde chegou. O Lula é extremamente humano, generoso, de uma inteligência extraordinária. Sou suspeito para falar, porque me dou muito bem com ele, sou admirador dele e sou muito leal a ele. Cada vez que falo com ele, cada oportunidade, é uma aula”, elogia.
Confira a íntegra da entrevista:
Ponto de Vista – Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.
Com informações de D’Ponta News
