Correio dos Campos

Ponto de Vista: “Acho que esse ambiente de intolerância já diminuiu. Chegou a hora de virarmos a página”, destaca ministro da SeCom

5 de fevereiro de 2024 às 16:00
(Foto: Reprodução / D’Ponta News)

“Acho que esse ambiente de intolerância já diminuiu. Fizemos uma campanha bonita, no final do ano, uma campanha de união e de reconstrução. Chegou a hora de virarmos a página”, avalia o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, em entrevista exclusiva concedida ao programa Ponto de Vista, apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã de sábado (3). Pimenta abordou a objeção que alguns segmentos ainda manifestam em relação ao governo federal e quais ações têm sido adotadas para se aproximar deles.

O ministro também destacou que a evolução tecnológica e a ascensão das redes sociais oportunizaram uma virada de mesa na emissão de opiniões, antes restritas aos detentores dos meios de comunicação hegemônicos (rádios, jornais, revistas, TVs), que tentavam traduzir um pensamento coletivo, de uma “maioria”, mesmo que hipotética. Em contraste, 20 anos depois da proliferação das redes sociais, qualquer cidadão encontra espaço para emiti-las, mas o fenômeno deve ser visto com uma lupa, pois ele aponta uma “queda de responsabilidade” sobre as opiniões emitidas: ainda que sejam pessoais, podem afetar o coletivo.

“O fenômeno das redes sociais provocou uma realidade onde todo mundo emite opinião. Na medida em que você emitia uma opinião numa rádio, TV ou jornal, sabia que também tinha um grande nível de responsabilidade sobre a opinião pública. Como tem até hoje. E as redes sociais se tornaram, num determinado momento, o mundo da impunidade, onde as pessoas postavam o que queriam. O Marco Civil da Internet tem um artigo que foi imposto em todos os lugares, que diz que as redes sociais e plataformas não têm responsabilidade sobre o conteúdo que elas divulgam. Elas diziam que eram como o telefone, que se alguém fala alguma coisa no telefone, a culpa não é da companhia telefônica. A tese que eles tinham no início, a vida resolveu, porque eles querem ser mídia, querer ganhar anúncio e receber. Então, o mundo já resolveu isso. Em muitos lugares do mundo existe, inclusive, uma regulamentação e isso criou esse universo que conhecemos hoje: o das fake news, a mentira como uma ferramenta. Infelizmente, algumas dessas coisas acabaram se disseminando de forma absurda”, diz.

Entre os exemplos de fake news, ele aponta algumas propagadas pela oposição durante a campanha eleitoral, quando se afirmava que “Lula fecharia as igrejas” ou de que aprovaria “banheiros unissex” em escolas, justamente por serem pontos sensíveis entre as alas mais conservadoras. “E isso é uma grande bobagem, uma vez que ônibus de viagens possuem um banheiro só; muitos bares e restaurantes possuem um banheiro só e a casa das pessoas tem um banheiro só. Criaram essa mentira que acabou se disseminando”, diz.

O ministro opina que, em especial no Sul, os eleitores da oposição foram convencidos veementemente de que “Lula tomaria terras” – um estigma associado à esquerda desde sempre, pelo apoio à Reforma Agrária, que sempre teve resistência entre a ala mais conservadora.

“Acho que muito dessa mentira a vida foi resolvendo. Antes de dizia que o Lula ia ganhar e, em seis meses, o Brasil ia virar ‘uma Argentina’ e, em um ano, ‘virar a Venezuela’. Diziam de boca cheia. O Paulo Guedes [ex-ministro de Economia, durante o governo Bolsonaro] disse. O Brasil fechou o ano e o PIB cresceu 3%; sob Paulo Guedes, não crescia um. A menor taxa de desemprego, o maior saldo da balança comercial, a inflação sob controle, o maior número de pessoas empregadas com carteira assinada, o dólar sob controle, aprovamos a Reforma Tributária, aprovamos o Novo Marco Fiscal e lançamos essa quantidade de programas. O maior Plano Safra da história, abrimos 57 novos mercados para o agro brasileiro. Qual é a área que a gente compara a ponto de dizer que a coisa não melhorou?“, provoca.

Ponto de Vista – Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.

 

Com informações de D’Ponta News