Alternativas à silagem de milho buscam maior rentabilidade no inverno
COM ASSESSORIAS – Para o pecuarista de leite ou de corte, a utilização do inverno para a produção de forragem é um fator indispensável, visando a segurança alimentar do seu rebanho. E uma das opções de forrageira que mais vem se consolidando nas propriedades, sejam elas à base de pasto ou de alimento conservado, é o trigo voltado para alimentação animal. Valquiria Gaioski, produtora de leite da cidade de Teixeira Soares (PR), faz uso da silagem de trigo há dois anos e destaca a maior otimização da propriedade que essa alternativa proporcionou. “Na nossa fazenda, é de suma importância produzir alimentos de qualidade e quantidade, pois eles fornecem um respaldo para a safra de verão”, relata.
E com o objetivo de garantir mais rentabilidade durante o inverno nas propriedades rurais, novas tecnologias voltadas para alimentação animal serão exibidas na 35ª edição do Show Rural Coopavel. Uma delas é o Energix 203, novo lançamento da linha de produtos voltados para pré-secado e silagem da Biotrigo Nutrição Animal. Segundo Gaioski, desde a entrada da silagem de trigo na sua propriedade, os resultados foram excelentes, não deixando a pecuarista à mercê do milho no verão. Para as vacas em lactação, o trigo compõe 40% da forragem fornecida, com os outros 60% sendo providos pela silagem de milho. Já para as novilhas e vacas secas, o trato é composto por silagem de trigo e um complemento de ração e sal mineral.
“Nas vacas em lactação, o resultado visto foi em maior produção de leite por dia, mas também na sanidade e imunidade dos animais. Nas vacas secas e novilhas, eu economizo em silagem de milho, que é um material mais caro. Assim, eu consigo produzir novilhas com excelente escore corporal e vacas secas bem nutridas e preparadas para a próxima lactação”, conta Valquiria. De acordo com ela, a propriedade possui 140 animais em lactação, que produzem uma média de 4,5 mil litros de leite por dia.
Conforme a supervisora comercial da Biotrigo Nutrição Animal, Juliana Salomão, a silagem de trigo, se comparada à de milho, apresenta maior teor de proteína, melhor qualidade de fibra e ótima palatabilidade. “Junto a isso, a produtividade de trigos destinados à silagem, como os da linha Energix, é equivalente ao volume produzido por milhos segunda safra. E apesar do teor de amido do trigo ser menor em relação ao milho, ele está prontamente disponível para digestão do animal”, comenta. Além dos aspectos nutricionais, a silagem de trigo também oferece vantagens à propriedade pelos benefícios da cobertura do solo durante um período de ociosidade. “Pelo ciclo curto da linha Energix, de cerca de 90 a 100 dias, o material acaba por se encaixar bem na programação da propriedade, que pode contar com um volumoso de alta produção de matéria seca e ótimo valor nutritivo”, destaca Juliana.
Oportunidades no sistema a pasto
O trigo voltado para pastejo também é um aliado do produtor no objetivo de amenizar a sazonalidade de alimento na propriedade durante o período do ano conhecido como vazio outonal. Conforme o pecuarista de Roncador (PR), José Carlos Ribeiro, a disponibilidade de uma forrageira a partir de março trouxe segurança para seu rebanho, que conta com cerca de 30 animais, entre gado de leite e corte. “Tivemos, com o Lenox, um custo menor na dieta e com mais rendimento. Por ser um material capaz de fornecer vários pastejos, ele adiou o período de transição entre o final do pasto de inverno e o início da pastagem de verão. Quando não tem um material que oferece isso, você acaba ficando com a janela aberta e perdendo em produção”, afirma. Financeiramente, o alto teor de proteína presente no Lenox permitiu com que o produtor reduzisse os custos com concentrado. “Além dessa economia, percebemos um aumento de aproximadamente 100 litros de leite por dia no gado leiteiro. Também vimos aumento de peso no gado de corte”, conta.
Segundo Salomão, o Lenox é uma variedade de alta performance devido à sua excelente produção de matéria verde, com elevado teor nutricional e cerca de 30% de proteína. “Por ser um material com 180 dias de ciclo, em média, os animais tendem a pastejar com bastante eficiência durante o outono e inverno, mantendo a homogeneidade na produção por esse período”, indica. Além disso, o ciclo longo da cultivar a torna uma alternativa para sistemas que buscam a integração lavoura-pecuária. “Pela semeadura antecipada, a implementação do trigo para pastejo pode ser feita logo após a colheita da cultura de verão, como a soja ou o milho, não deixando esse solo descoberto. Por apresentar um sistema radicular agressivo, o material melhora a estrutura do solo, reduzindo a erosão, aproveitando melhor a água das chuvas, incrementando a cobertura do solo, dentre outros benefícios agronômicos”, explica.
Em termos de antecipação de semeadura, a Biotrigo Nutrição Animal irá expor no Show Rural 2023 outro lançamento do seu portfólio, o XFront. O material, voltado exclusivamente para pastejo, oferece uma semeadura ainda mais antecipada em comparação ao Lenox, podendo ser implementado já no início de fevereiro. “Esse fator, inclusive, facilita o manejo e a otimização da mão de obra e equipamentos da propriedade. Quando antecipamos a semeadura, adiantamos também a entrada dos animais nos piquetes, possibilitando um maior número de pastejos e, consequentemente, uma diluição do investimento feito, trazendo melhor receita para a propriedade”, cita Salomão. Junto a esse aspecto, XFront mantém os altos padrões nutricionais presentes no Lenox.