Correio dos Campos

Detentos da cadeia de Castro começam a produzir pães em projeto de ressocialização

Uma média de 400 pães serão produzidos todos os dias para a alimentação dos presos e funcionários
2 de julho de 2021 às 18:40
(Fotos: Divulgação)

Por Melissa Eichelbaun – Detentos da Cadeia Pública de Castro, no interior do Paraná, começam neste mês de julho a produzir pães para alimentação de outros presos, além dos funcionários da unidade prisional. A produção faz parte de um novo projeto de ressocialização proposto pelo diretor do local, Elerson de Lima.

“Nós recebemos os pães de uma empresa de Ponta Grossa e por conta disso, tem dias que a encomenda não chega para o café da manhã pelas condições do trânsito na rodovia. Então pensamos em uma maneira de resolver essa questão. A empresa que nos fornece os pães disponibilizou os maquinários e está treinando dois detentos, que já fazem parte do time da cozinha da unidade”, conta o diretor. Segundo Lima, a previsão é que na segunda semana de julho a produção comece a ser feita na cadeia, com uma média de 400 pães por dia.

O diretor conta que atualmente há cerca de 200 presos na cadeia de Castro e 70 deles participam de projetos de ressocialização. “Quando assumi a gestão no ano passado, um dos meus objetivos era de transformar a cadeia em um exemplo para o Estado no assunto de ressocializar um preso. Sabemos a importância de eles aprenderem uma profissão e quando saírem daqui, podendo ter uma oportunidade de emprego e não voltarem a cometer um crime”, explica.

Atualmente, a cadeia também conta com projetos de ressocialização de artesanato, centro de manutenção e barbearia. “Queremos também instalar uma lavanderia aqui e estamos vendo a viabilidade disso. Quanto mais ocupações e profissionalização para os detentos, todos temos a ganhar”, completa Lima.

Parceria

A juíza da Vara Criminal de Castro, Maria Teresa Thomaz, fala da parceria do Poder Judiciário e penitenciário na questão da ressocialização dos presos. “Além de ressocializar, nós queremos a reinserção deles no convívio social. E a melhor maneira de fazer isso, é com o trabalho, qualificando eles profissionalmente e facilitando o retorno do detento para a sociedade”, esclarece.