Correio dos Campos

Grupos de teatro de Ponta Grossa ganham prêmios para circularem pelo estado

21 de setembro de 2017 às 14:05

Quem acha que Ponta Grossa não possui grupos teatrais e circenses – e de qualidade – está muito enganado. No último mês, dois grupos ponta-grossenses foram contemplados em editais da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) e irão se apresentar em outras cidades do Paraná. Tanto o Grupo Dia de Arte como o Palhaço Picolé & Cia integram a Associação do Circo e Teatro Organizado de Ponta Grossa (ACTO), mobilizada pela Fundação Municipal de Cultura e atuante desde julho.

“Estes dois importantes prêmios começam a mostrar que o trabalho que vem sendo desenvolvido a partir da ACTO já está gerando resultados. Os grupos estão investindo mais nos próprios trabalhos e isto se reflete na qualidade do que é apresentado e, por consequência, na visibilidade que conquistam”, comenta o diretor de Cultura, Eduardo Godoy.

Segundo ele, a Fundação de Cultura não é apenas focada em eventos, possuindo também um olhar voltado à profissionalização da classe artística. “É nossa função oferecer este tipo de incentivo aos artistas e grupos locais, para que eles percebam as diversas possibilidades de ampliação do campo de seus trabalhos. A ACTO é uma experiência e a fórmula está dando certo, agora nossa missão é ampliar para outros segmentos”, completa.

O Grupo Dia de Arte foi um dos premiados e selecionados a participar da terceira edição do projeto Domingo Tem Teatro, que tem como objetivo a valorização e incentivo da produção cultural dos grupos teatrais paranaenses destinada ao público infanto-juvenil. Os atores apresentarão a peça ‘Ai! Sumiram os brinquedos’ em Tibagi, no Teatro Tia Anália (no dia 01/10), e em Castro, no Teatro Bento Mossurunga (em 08/10). O ingresso será a doação de um brinquedo novo ou usado em bom estado, que será doado ao Provopar.

Michella França, integrante da companhia, conta que foi a primeira vez que se inscreveram em um edital estadual e que estão muito felizes com o resultado. “Este prêmio representa para nós todo reconhecimento pelo nosso trabalho, e nos reforça o amor pela arte e certeza de que vale a pena lutar por ela”, destaca. O projeto da SEEC, antes realizado apenas na capital Curitiba, este ano foi ampliado para todo o Paraná, após a demanda levada ao secretário João Luiz Fiani por diversos municípios, a exemplo da Fundação de Cultura de Ponta Grossa. “Muitas vezes produzimos os espetáculos com os nossos próprios recursos, então um incentivo como o Domingo Tem Teatro nos dá a oportunidade de levar a nossa arte para outras cidades e até mesmo garantir uma próxima produção do grupo”, afirma Michella.

Robert Salgueiro, mais conhecido com o Palhaço Picolé, foi vencedor da segunda edição do Prêmio Arte Paraná e passará por quatro municípios (nas regiões Norte, Centro-Sul, Campos Gerais e Região Metropolitana de Curitiba). O ‘Mundo Mágico do Palhaço Picolé’ será apresentado nesta quinta-feira, dia 21, em duas sessões no Cine Teatro Pe. José Zanelli, em Ibiporã, no dia 25 de setembro no Centro do Idoso em Carambeí, e no dia 28 de setembro no auditório do Centro Cultural em Quedas do Iguaçu.

Na última segunda-feira, 18, o Palhaço Picolé apresentou-se no Teatro Municipal José Carlos Zanlorezi, em Campina Grande do Sul. Na plateia, mais de 500 crianças deram muita risada e se divertiam durante o espetáculo. Segundo Salgueiro, a apresentação teve resposta positiva do público. “Tivemos uma receptividade muito boa na cidade, o público interagiu e se divertiu do início ao fim. Foi uma grande alegria”, aponta.

O palhaço relata que recebeu a notícia da premiação com muita alegria, por poder levar o trabalho para várias cidades. “Considero muito importante a expansão da arte circense, além de levar o nome da nossa cidade para todo o Paraná, com um belíssimo espetáculo”, completa, lembrando ainda que o reconhecimento do trabalho é fundamental e fortalece a cena local.

ACTO – Ponta Grossa conta, desde o dia 11 de julho, com a Associação do Circo e Teatro Organizado de Ponta Grossa (ACTO). Mobilizados a partir da Prefeitura de Ponta Grossa, por meio da Fundação Municipal de Cultura, seis grupos teatrais passam a trabalhar de forma unida, como membros fundadores da associação.

Segundo Eduardo, a ideia de mobilizar os grupos para a criação da ACTO surgiu da necessidade de reuni-los para atuar em conjunto. “Temos ótimos grupos de circo e teatro na cidade, com produções variadas. Com a associação, estamos trabalhando questões como empreendedorismo e qualificação, para desenvolver cada vez mais esta área na cidade que sedia o maior festival competitivo de teatro do Brasil, o Fenata. Nós iniciamos o atendimento à demanda dos grupos dentro da estrutura do poder público e estamos em contato com outros entes para nos auxiliar nesse processo”, explica. Em breve, a associação abrirá seleção para novos grupos interessados e que cumpram com os requisitos de seu estatuto.