Correio dos Campos

Parque Histórico digitaliza e disponibiliza cartas de prisioneiro da Segunda Guerra Mundial

As cartas escritas por Hendrik Meijer estão disponíveis para pesquisa e são restritas para pesquisadores utilizarem como fonte em seus artigos e teses
1 de março de 2021 às 09:52
(Foto: Divulgação/APHC)

COM ASSESSORIAS – Prisioneiro durante a Segunda Guerra Mundial, o diplomata holandês Henrik Meijer conseguiu se comunicar com sua esposa e burlar a polícia nazista alemã por meio de cartas que hoje integram o acervo documental do museu Parque Histórico de Carambeí. O Núcleo de História e Patrimônio da instituição digitalizou as cartas que ficarão acondicionadas com segurança, pois o acesso ao material para pesquisa será feito por meio virtual e sem precisar manusear os documentos originais.

O trabalho de digitalização integra o programa Acervo Digital, o Núcleo de História está se dedicando a digitalizar todo o acervo documental e bibliográfico do museu com o intuito de preservar o material físico. “Digitalizamos uma série de cartas da Segunda Guerra Mundial, essa ação faz parte do nosso programa de Acervo Digital, a ação tem como objetivo a salvaguarda de acervo sensível e também a segurança de ter uma cópia de tais documentos”, relata o historiador e coordenador cultural do Parque Histórico Felipe Pedroso.

Para o historiador essa coleção é valorosa pela representatividade histórica, por mostrar os meios utilizados pelo prisioneiro para se comunicar com a esposa e enganar a polícia nazista para conseguir escapar. “Talvez esse seja o conjunto de itens do acervo documental mais importante do museu, são 46 cartas do diplomata holandês e prisioneiro de guerra Hendrik Meijer trocadas com sua esposa Dieuwertje Aaltje Kooiman Meijer, no período da Segunda Guerra Mundial. Nas cartas, todas escritas em holandês, havia uma linguagem de códigos onde os dois se comunicavam, o que possibilitou a fuga de Hendrik da Gestapo, polícia nazista alemã. As cartas são um importante relato de um dos maiores acontecimentos da história dos nossos tempos e agora se encontram digitalizadas pelo trabalho técnico do Parque Histórico de Carambeí”, conta Felipe.

Pedroso reforça que o conteúdo das cartas e a representatividade dos documentos tem um valor imensurável e instiga para que pesquisadores utilizem o material como fonte. “Muitas pessoas nem imaginam que um diplomata holandês, prisioneiro de guerra viveu nos Campos Gerais, mais especificamente em Carambeí. Ele a esposa trouxeram consigo uma bagagem histórica gigantesca, é muito valioso que essas narrativas venham a público”.

Os documentos estão disponíveis virtualmente, mas somente para pesquisadores e o historiador deixa o convite para que o material seja utilizado. “Já estamos estruturando uma forma de tornar parte do nosso acervo disponível digitalmente para pesquisadores, essa coleção em especial é muito significativa, não apenas pela biografia dos envolvidos, mas por conter traços de um importante momento histórico. Desta forma, deixamos o convite aos pesquisadores que tenham interesse nessa perspectiva da história, que queiram se debruçar sobre essa rica fonte”.

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