Correio dos Campos

Fim do auxílio emergencial impacta 30% da população do Paraná, indica levantamento

Mais de 3,2 milhões de paranaenses foram beneficiados entre abril e dezembro de 2020. Bolsonaro disse nesta quinta (10) que benefício deve ser estendido por '3 ou 4 meses'.
12 de fevereiro de 2021 às 15:08
Para a recicladora Fabiane Pedrosso, de Curitiba, que tem três filhos, a situação que já estava difícil com o auxílio, acabou piorando. (Foto: RPC/Curitiba)

O fim do pagamento do auxílio emergencial impactou diretamente no orçamento de 30% da população do Paraná, de acordo com dados do Portal da Transparência do governo federal. No estado, mais de 3,2 milhões de pessoas receberam o benefício entre abril e dezembro de 2020.

Nesta quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a prorrogação do auxílio emergencial “está quase certa, ainda não sabemos o valor” e que a ajuda deve ser liberada por mais três ou quatro meses.

A data para início da nova rodada de pagamentos ainda não foi definida pelo governo federal, mas em uma live à noite o presidente disse que “tem pressa” e que “tem que ser a partir de março”.

Enquanto isso, quem precisa do dinheiro se vira como pode. Para a recicladora Fabiane Pedrosso, de Curitiba, que tem três filhos, a situação que já estava difícil com o auxílio, acabou piorando.

Durante seis meses, recebeu os pagamento do governo federal. A recicladora afirma que a rotina tem sido “descobrir um santo para cobrir outro”.

“Muita dificuldade. Tinha dias que não tinha dinheiro para o café das crianças de manhã cedo. Não tinha dinheiro para comprar pão. Cheguei a olhar e falar: ‘meu Deus, como assim, o que está acontecendo?'”, conta.

Fabiane torce para que o auxílio volte a ser pago. “Com R$ 180 a gente não sobrevive”, desabafa.

Impacto pode ser maior

Na avaliação do economista Lucas Dezordi, o impacto do fim do auxílio emergencial pode atingir ainda mais pessoas, visto que foram injetados R$ 7,9 bilhões na economia paranaense.

“Para cada real que o governo gasta, principalmente em programas fiscais, de consumo das famílias, tem o efeito multiplicados, não fica só nesse real. A gente tem esse efeito ao longo de toda a cadeia produtiva”, explica.

Fonte: G1