Correio dos Campos

Estudo relaciona dieta desequilibrada na gestação com déficit de aprendizagem nos filhos

27 de janeiro de 2021 às 15:28
(Foto: Divulgação/Freepik)

COM ASSESSORIAS – Um grupo de pesquisadores da Universidade Positivo (UP), de Curitiba (PR) estudou a influência de uma dieta hipercalórica materna e chegou a resultados que revelam um novo indicador em relação aos problemas advindos da obesidade. Coordenada por Thais Casagrande e co-orientada por Marcelo Loureiro, professores do mestrado e doutorado em Biotecnologia Industrial da UP, a pesquisa teve como objetivo verificar se a obesidade induzida por alimentação rica em calorias administrada antes e durante a gestação pode predispor ao desenvolvimento de obesidade, doenças metabólicas e alterações comportamentais nos filhos.

De acordo com a pesquisadora, um ponto interessante do estudo, realizado com ratos de laboratório, foi a constatação de que os filhos nascidos de mães que receberam uma alimentação não saudável e uma dieta desequilibrada, rica em carboidrato e gordura, no período gestacional, permaneceram na vida adulta com déficit cognitivo, ou seja, demoraram mais para aprender. De acordo com a pesquisadora, esse fato surpreendeu a equipe. “Percebemos que os animais filhos de mães obesas eram mais lentos, mas a constatação do déficit cognitivo nos surpreendeu. Esperávamos que esses animais adultos tivessem maior ganho de peso, o que não aconteceu, mostrando que a influência da dieta materna durante a gestação é muito maior do que a interferência epigenética”, resume.

Thais observa que esse indicador deve ser avaliado com profundidade e aliado a outros pontos relacionados com a obesidade das mães. “Esperamos no futuro aplicar esses resultados principalmente na orientação da dieta materna mais saudável, um fator possível de ser prevenido”, pontua. O estudo faz parte de uma linha de pesquisa sobre obesidade e metabologia, da qual fazem parte professores do programa de pós-graduação em Biotecnologia Industrial da Universidade Positivo e alunos de mestrado, doutorado e graduação. A pesquisa foi aprovada previamente pelo Comitê de Ética em Uso de Animais em Pesquisa da UP e seguiu as recomendações do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), para garantir toda cautela e cuidados éticos com os animais.