Correio dos Campos

Dossiê “Eu Também TodoMundo” chega ao fim após 48 vídeos

Projeto virtual foi criado pelos atores do Teatro de Comédia do Paraná com base em peça que estrearia em março.
11 de novembro de 2020 às 16:43
(foto: Divulgação/AENPR)

Após 48 vídeos e sete meses de trabalho, chega ao fim o projeto “Eu também sou TodoMundo”, iniciativa dos atores da edição 2020 do Teatro de Comédia do Paraná (TCP) e do Teatro Guaíra. O grupo discutiu virtualmente temas como amizade, amor e morte a partir da peça homônima do americano Branden Jacobs-Jenkins.

A peça TodoMundo! seria apresentada em março e abril e faria parte da temporada 2020 do TCP antes de as atividades do Teatro Guaíra terem sido suspensas em função da pandemia do coronavírus. Esta edição tem a direção de Rodrigo Portella, um dos mais renomados dramaturgos de sua geração, com mais de 150 premiações, incluindo o prêmio Shell de melhor direção.

DOSSIÊ – Depois de dois meses de intenso processo criativo, o elenco e equipe técnica da peça TodoMundo! estavam ansiosos para estrear a peça na abertura do Festival de Teatro de Curitiba. No entanto, as atividades foram suspensas em função da pandemia. Para uma montagem complexa como é TodoMundo! isso poderia significar que o esforço dos últimos meses teria sido em vão.

O elenco criou então o projeto virtual “Eu também sou TodoMundo” a partir de reflexões feitas por Jacobs-Jenkins na peça. Um projeto experimental/poético/filosófico/pandêmico/documental que de abril a outubro produziu, junto ao Teatro Guaíra, 48 vídeos que nasceram das reuniões semanais do elenco. Ao todo foram 88 horas de ensaio e discussões via Zoom que abordaram principalmente o tema TodoMundo! durante este momento tão atípico em que todo mundo é mesmo o mundo todo.

A equipe contou com 12 atores, um editor e uma tradutora de libras, além da participação voluntária de 43 pessoas desde a comunidade surda, de cegos e de baixa visão até a comunidade acadêmica e artística.

Dos encontros semanais, da captação das imagens feita pelos atores em suas casas, dos depoimentos e relatos muitas outras questões se desdobraram sobre humanidade, inclusão e representatividade. Além disso, o grupo também discutiu como se dão processos artísticos a distância, até que ponto a tecnologia nos aproxima e até que ponta ela nos afeta e afasta.

O Dossiê TodoMundo!  manteve nestes meses a criação e união deste elenco heterogêneo, em que cada ator também foi roteirista, editor, redator, músico e, como não poderia deixar de ser, um artista que tenta entender o mundo a sua volta e traduzi-lo em arte.

A ação é uma parceria do Governo do Estado, Secretaria da Comunicação Social e da Cultura e Centro Cultural Teatro Guaíra.

TCP – O Teatro de Comédia do Paraná (TCP) foi reativado em 2016 e desde então foram apresentadas as peças O Homem Desconfortável, Hoje é Dia de Rock, indicada ao prêmio Botequim Cultural nas categorias de melhor direção e figurino, e Papéis de Maria Dias.

Foi criado em 1963 com a finalidade de orientar e coordenar as atividades teatrais do Centro Cultural Teatro Guaíra. O primeiro diretor do grupo foi Cláudio Correa e Castro que montou ‘Um Elefante no Caos’, de Millôr Fernandes. No elenco estavam Paulo Goulart, Nicete Bruno, Lala Schneider, Sale Wolokita, Manuel Kobachuk, José Maria Santos e Joel de Oliveira. A partir de 1964, o TCP atuou até os anos 2000 e chegou a produzir até cinco espetáculos em apenas um ano.

Fonte: AEN/PR