Correio dos Campos

O Mais Médicos não é a solução!

* Por Dr. Magno Zanellato
22 de novembro de 2018 às 18:00
(Kauter Prado/CMPG)

Ao contrário do que possa parecer óbvio, a manutenção do programa ‘Mais Médicos’ não é a solução para a situação da saúde brasileira. O tema tem pautado o debate público desde que o governo cubano (por atitude própria) decidiu abandonar o programa – a decisão foi uma reação às declarações do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro (PSL) com as quais concordo. A situação deveria nos fazer olhar em outro sentido: a necessidade de uma política para interiorizar o atendimento médico brasileiro.

O governo petista de Dilma Rousseff optou por trazer profissionais estrangeiros para realizar o atendimento de saúde, deixando de lado a necessidade evidente de uma política de cargos e carreiras para interiorizar a atuação dos médicos brasileiros. Com o crescimento do número de cursos de Medicina no Brasil, não me parece uma opção viável trazer profissionais estrangeiros para atuar no mercado brasileiro.

Defendo a opção de Bolsonaro no que diz respeito à manutenção da Ditadura cubana: cerca de 70% do salário dos médicos cubanos, pago pelo Governo brasileiro, vai direto para a Ditadura Comunista e não fica com os profissionais ou suas famílias. Além disso, a atuação de profissionais que não passam pelo processo de Revalidação de Diploma (Revalida) é uma afronta contra a Medicina brasileira.

O próprio avanço na criação de cursos de Medicina no Brasil e também em residências, principalmente em Saúde da Família, mostra que o país tem uma solução caseira e mais adequada para o problema. Desde que o Mais Médicos foi iniciado, em 2013, inúmeras turmas de Medicina se formaram e a substituição de médicos cubanos por brasileiros deveria estar ocorrendo desde então.

Se observarmos o caso de Ponta Grossa, uma das cidades com maior número proporcional de médicos cubanos, vemos que existem outras opções. Por exemplo: a primeira turma de Médicos formada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), desde a reabertura do curso, colou grau em 2013. Desde então, a Universidade tem colocado no mercado anualmente médicos e médicas que procuram postos de trabalho e espaço para atuarem.

Creio que a saída deve ser técnica e não política ou ideológica. O Governo Federal deve avançar na formulação de políticas públicas que deem condições de trabalho aos médicos brasileiros, ao mesmo tempo que siga fortalecendo o ensino e a formação de novos médicos e médicas. Além disso, por uma questão de segurança, os médicos estrangeiros devem passar, necessariamente, pela revalidação do diploma.

A medicina e a saúde dos cidadãos é coisa séria e deve ser encarada desta forma! Os médicos estrangeiros devem sim passar por testes que avaliem seu domínio da língua portuguesa – fato fundamental na comunicação entre paciente e médico. Esse é um processo fundamental no momento de realização de um diagnóstico, por exemplo, ou no momento de prescrição de determinado medicamento.

Antes de observar o aspecto de forma política ou ideológica, devemos olhar a Medicina brasileira de forma técnica. O que falta não são médicos brasileiros, mas sim condições e oportunidades adequadas de trabalho! Defendo a posição do presidente eleito: contra a Ditadura cubana e a favor da Medicina brasileira!