PR tem 12 casos por dia de abuso sexual infantil; veja como identificar e denunciar
O dia 18 de maio marca a Luta Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual. A data é utilizada para a conscientização da sociedade e autoridades sobre a gravidade da violência sexual. Somente no Paraná, no primeiro trimestre de 2021, foram registradas 1.072 ocorrências de abuso sexual contra crianças e adolescentes.
Os dados são do Relatório de Análise Criminal do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (CAPE), da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (Sesp), que ainda aponta que são 12 casos de abusos registrados por dia no Estado.
Em 2020, o número de casos foi maior: 1.210 ocorrências. Durante um evento na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), no ano passado, a delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes de Curitiba (Nucria), Ellen Victer Moço Martins disse que a redução não quer dizer que os casos estejam diminuindo.
“O crime continua ocorrendo, porém, os registros não estão sendo feitos. As pessoas não estão se encaminhando até a delegacia para registrar a ocorrência ou fazendo através de denúncia anônima pelo Disque 100 e Disque 181. Em razão disto a gente tem visto esse cenário que não demonstra a total realidade do que está acontecendo no estado do Paraná”, relatou a delegada, preocupada com as subnotificações.
Brasil: 4 mil em 2022
De acordo com dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (ONDH/MMFDH), 18% das denúncias de violações de direitos humanos contra crianças e adolescentes estão relacionadas a situação de violência sexual.
No ano de 2021, foram 18.681 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes registrados no país. Neste ano, já foram registradas 4.486 denúncias de abusos.
Como identificar uma vítima de abuso sexual
A ginecologista Márcia Machado, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto Puberal da Febrasgo, explica que há alguns sinais de alerta que podem ser observados.
“Pessoas que já sofreram ou sofrem abusos podem apresentar mudanças de comportamento, alterações de sono, agressividade ou mesmo timidez ou vergonha excessiva. Sinais clínicos como ansiedade, presença de hematomas ou automutilação também precisam ser investigados”, orienta a especialista.
O ginecologista Robinson Dias de Medeiros, presidente da Comissão Nacional Especializada em Violência Sexual e Interrupção Gestacional Prevista em Lei, aponta que a maioria as vítimas (57,9%) tem no máximo 13 anos de idade.
Fonte: RIC Mais
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