Correio dos Campos

Caminhoneiros preparam manifestação para a próxima segunda-feira (1º)

29 de outubro de 2021 às 14:19

Caminhoneiros do Paraná preparam uma manifestação para a próxima segunda-feira (1º). O protesto tem o objetivo de demonstrar o descontentamento da categoria com relação aos sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis.

De acordo com Plínio Dias, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac), de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a associação apoia a paralisação, mas a orientação é para que os caminhoneiros não interrompam o fluxo de veículos nas rodovias, mas sim se reúnam em postos de combustíveis.

A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) informou que apoia a pauta da manifestação, ou seja, a redução do preço do diesel e a revisão da política de preços da Petrobras. No entanto, ressaltou que “não é o momento para paralisações”.

Em nota pública, a entidade divulgou recomendações para que transportadoras e motoristas não se envolvam em discussões com manifestantes ou autoridades, monitorem pontos de maior intensidade das possíveis manifestações e adotem medidas preventivas, a fim de resguardar a segurança dos motoristas, do patrimônio da empresa e dos bens transportados, entre outras orientações.

Nos últimos dias, vários representantes da categoria reagiram negativamente ao anúncio, feito pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), de que os caminhoneiros poderão receber um auxílio de R$ 400, chamado de auxílio-diesel. Em entrevistas, presidentes de sindicatos declararam que a quantia é uma “piada” e tem pouco valia se comparado ao gasto para encher o tanque de uma carreta ou caminhão.

Em resposta as reclamações, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou em entrevista à Jovem Pan, na última quarta-feira (27), que o governo pode desistir do auxílio e que não espera grande mobilização para o protesto porque os caminhoneiros não tem uma posição unificada. “A gente percebe uma clara divisão, muita gente querendo trabalhar porque o mercado está aquecido. Estamos em um momento de preparo para a safra, muita gente trabalhando, porque é um momento de levar renda para casa”, disse na ocasião.
Estados congelam ICMS de combustíveis

Em meio aos rumores da possível paralisação e à insatisfação popular com a forte alta nos preços dos produtos, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), colegiado formado pelos secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, aprovou nesta sexta-feira (29), o congelamento por 90 dias do valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nas vendas de combustíveis.

De acordo com o Ministério da Economia, o objetivo é colaborar com a manutenção dos preços nos valores vigentes em 1º de novembro de 2021 até 31 de janeiro de 2022.

Conforme a Petrobras, a alta no preço dos combustíveis é decorrente da alta do dólar frente ao real e da valorização dos preços internacionais do petróleo, o que tem impactado diretamente a inflação e suscitado apelos pela mudança na política de preços da petroleira.

No início da semana, a Petrobras anunciou novo aumento do preço do diesel e da gasolina nas refinarias. Na véspera, o Ministério da Justiça enviou notificação para que a estatal e a Transpetro prestassem esclarecimentos sobre a elevação nos preços e possíveis riscos no fornecimento.

A decisão dos Estados também ocorre após inúmeras manifestações do presidente Jair Bolsonaro culpando os entes federativos pela alta no preço dos combustíveis.

Atualmente, a alíquota de ICMS cobrada pelos Estados incide sobre o Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) dos combustíveis. Esse valor é coletado a partir de uma pesquisa de preços praticados nos postos a cada 15 dias. Por isso, quanto mais alto o combustível na bomba, maior o valor cobrado pelos Estados.

Fonte: Ricmais

https://ricmais.com.br/noticias/caminhoneiros-preparam-manifestacao-para-a-proxima-segunda-feira-1o/