Correio dos Campos

Governo do Paraná transfere custódia de presos em delegacias da Polícia Civil para o Depen

Com decreto, assinado nesta quarta-feira (15), Departamento Penitenciário passa a ser responsável por gerenciar a permanência dos detentos em todas as unidades prisionais.
16 de setembro de 2021 às 09:45

O Governo do Paraná transferiu a custódia de presos que estão em delegacias do estado da Polícia Civil para o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), liberando assim os policiais para outras atividades.

A transferência de gestão dos detentos em delegacias e cadeias públicas foi oficializada, nesta quarta-feira (15), em um decreto assinado pelo governador Ratinho Junior (PSD).

A gestão sobre os presos de todas as unidades prisionais do estado passa a ser exclusividade do Depen. Segundo o governo, a decisão integra a última etapa de uma mudança no sistema penitenciário do estado, que começou em 2019.

Com isso, de acordo com a decisão, os policiais podem se dedicar a outros serviços primordiais, de investigação e resolução de inquéritos criminais.

“A gente passa, agora, a ter toda essa corporação que é muito técnica, muito bem treinada, que tem uma qualidade fantástica, e passa agora a colaborar com as investigações”, comentou o governador.

Conforme o governo do estado, a mudança permitiu o fechamento de 73 carceragens e liberou 4 mil policiais civis da tarefa de cuidar de presos.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) estima que cerca de 3,2 mil agentes que antes estavam deslocados de função, serão incorporados aos trabalhos da Polícia Civil.

Superlotação e fugas

Segundo a Sesp, Curitiba não possui nenhuma cadeia pública superlotada mas, em algumas cidades do interior do Paraná, a transferência da custódia de presos da Polícia Civil para o Depen ainda não resolve o problema de cadeias com mais detentos do que a capacidade.

Em Arapongas, no norte, moradores conviveram com uma fuga recente, no começo do mês, depois que 27 presos escaparam, após serrarem o solário e pularem o muro.

Até esta quarta-feira, 15 foram deles foram recapturados. Depois da fuga, 30 detentos foram transferidos, e a previsão do estado é de que outras 100 transferências ocorram nos próximos 30 dias.

Atualmente, a carceragem da cadeia de Arapongas tem mais presos do que a capacidade: o local pode abrigar 140 pessoas, mas possui 235.

Em Cianorte, no noroeste, presos tentaram fugir da delegacia no mês passado, mas não conseguiram. Depois disso, 58 aprisionados foram transferidos, mas a cadeia continua superlotada. Atualmente o local abriga 210 pessoas, mas tem capacidade de 72.

O problema também é identificado em Guarapuava, na região central, onde a cadeia pública está com quase o dobro de presos que deveria abrigar: a capacidade é para 166 presos, mas o local abriga 317.

No município de Cascavel, 20 detentos foram transferidos nesta quarta-feira. mas o espaço, feito para receber 56 pessoas ainda está com 188.

O Depen afirmou que o problema da superlotação deve diminuir com a construção e conclusão de novos presídios no estado. De acordo com o governo, a gestão entregou 4 unidades e pretende concluir outras 5 ainda neste ano.

“Para que a gente possa ter cada vez mais tranquilidade para a população e não ter cadeias lotadas perto das casas das pessoas”, comentou Ratinho Junior.

Fonte: G1