Correio dos Campos

Empresas B no Paraná são referências em modelo de negócios

Sete companhias se destacam com a certificação internacional que reconhece o compromisso em medir impactos sociais e ambientais
23 de junho de 2021 às 14:11

COM ASSESSORIAS – O Brasil já conta mais de 200 empresas de pequeno, médio e grande porte que possuem a Certificação B – chancela da organização norte-americana sem fins lucrativos B-Lab, que atesta o compromisso das companhias de serem social e ecologicamente responsáveis. No estado do Paraná, sete empresas que contam com a importante certificação, se uniram em um movimento que incentiva outras companhias a buscarem um modelo de negócios mais transparente, responsável e sustentável.

A Herbarium, localizada em Colombo, região metropolitana de Curitiba (PR), líder e referência em fitoterápicos no Brasil, em parceria com a Rentcars.com, maior plataforma online para a locação de veículos da América Latina, a Editora Voo, especializada na publicação de conteúdos de impacto, a Beegreen, empresa fabricante de produtos sustentáveis de produção brasileira, a Feito Brasil, marca de cosméticos e dermocosméticos naturais e tipicamente brasileiros, a Laluz Brasil, empresa têxtil com foco em sustentabilidade, e a We.Flow, empresa de Consultoria e treinamento para sustentabilidade e liderança consciente, por iniciativa própria fizeram uma campanha nas redes sociais para explicar melhor sobre a certificação que avalia cinco áreas de impacto: governança, trabalhadores, clientes, comunidade e meio ambiente, e ainda, para instigar novos empresários a aderirem a este modelo de atuação.

Para Marcelo Geraldi, presidente da Herbarium, a certificação como Empresa B é o reconhecimento de uma cultura corporativa que prioriza o bem-estar e a sustentabilidade. “Em toda a nossa cadeia de atuação investimos nas práticas ambientais, em programas socioeducacionais locais e optamos por fornecedores comprometidos com os valores da Herbarium. Outra preocupação diz respeito ao processo de logística reversa e as escolhas conscientes de materiais a serem usados nos pontos de vendas. Nosso objetivo é ser referência em práticas que priorizem a sustentabilidade e o bem-estar. Atuar de forma transparente e responsável faz parte desta construção”, detalha o executivo.

“É gratificante ver que o trabalho que estamos realizando tem um reconhecimento tão importante e vai ao encontro com questões relevantes para a sociedade”, conta Flavia Feliz, Co-fundadora da We.Flow. De acordo com a executiva, uma das importantes ações desenvolvidas pela empresa no pilar governança, é a promoção da equidade de gênero na composição do time de profissionais e a priorização de fornecedores e parceiros de propriedade majoritariamente feminina ou de pessoas pertencentes a populações sub-representadas. Hoje, 75% do seu quadro de colaboradores é formado por mulheres e das 6 posições de lideranças da empresa, 5 são ocupadas por elas.

O CEO da Rentcars.com, Francisco Millarch, compartilha que conheceu a certificação B em uma viagem internacional e imediatamente quis reforçar as práticas internamente. A empresa realizou algumas adequações para obter o selo, já que muito do que fazia já era alinhado com o conceito. “Como a Rentcars.com não possui um negócio considerado de impacto social, teve que aumentar ainda a sua atuação em outras frentes para se adaptar às necessidades da certificação. Muitas das ações realizadas focaram em governança, meio ambiente, comunidade e colaboradores”, finaliza o CEO.

Para Fabiana Muranaka, fundadora e designer da Laluz Brasil, é fundamental que empresas de porte menores também entendam a sua responsabilidade com as pessoas e o meio ambiente. “Estes empresários e empreendedores precisam compreender que, independentemente do tamanho de seu negócio, é possível impactar o mundo de alguma forma. O selo B funciona ainda como um impulso para a evolução constante de algumas empresas.

A sócia da Editora Voo, Claudia Kubrusly, conta que para a companhia a certificação não é vista como destino final e, sim, como um caminho a ser seguido. “Queremos um mundo que funcione para todos e com este objetivo, uma das ações que realizamos com o foco no pilar comunidade é destinar mais de 3% da receita bruta de cada livro vendido para contrapartidas sociais, como o projeto “Voo Para um Futuro Melhor” que trabalha o incentivo à leitura com adolescentes em cumprimento de pena socioeducativa”, explica a sócia.

A CEO e fundadora da Bee Green, Jessica Pertile, complementa que vê a certificação como um guarda-chuva de empresas com propósitos alinhados. “Fazer parte de uma rede como esta fortalece causas e nos auxilia com um direcionamento a seguir.”

Já Giulio Peron, CEO da Feito Brasil, vê o Selo B como um aval não apenas no Brasil, mas também, em todo o mundo. “Ser B comprova o nosso compromisso com uma economia mais inclusiva e mais equitativa, além de reforçar que é possível realizar um consumo consciente e que dignifica o ser humano”, complementa.

Esta movimentação das empresas brasileiras vai de encontro com uma dinâmica global que propõe uma nova mentalidade econômica que vise não apenas o lucro, mas também, interesses éticos e sociais.