Menina de 3 anos é esquecida em ônibus escolar por cerca de 3 horas em SP
REVISTA CRESCER – A auxiliar de enfermagem Karina Maratore, 32, passou por momentos difíceis na última segunda-feira (10). Sua filha Júlia, 3, saiu às 7 horas da manhã para ir à Escola Municipal de Educação Básica Ester Cattarini Lozano, em Cajamar, São Paulo. Como de costume, ela subiu no ônibus escolar na porta de casa. No entanto, para a surpresa da mãe, a menina não entrou na escola, pois foi esquecida dentro do veículo por cerca de 3 horas.
“Quando minha filha entrou no ônibus, eu a vi indo para o fundo sozinha e depois a monitora colocou o cinto de segurança nela”, diz a auxiliar de enfermagem. Karina também é mãe das gêmeas Luísa e Mari, 7, que, no dia, foram para escola, mas em outro ônibus escolar. O pesadelo começou na hora em que suas filhas voltaram. “Por volta das 11 horas da manhã, o ônibus chegou e a monitora já veio tremendo dizendo que tinha cometido um erro muito sério”, diz a mãe.
De acordo com o relato da monitora, a pequena Júlia dormiu no ônibus escolar. Os responsáveis pelo transporte não perceberam que ela não tinha saído do veículo. Eles só notaram quando a encontram no ônibus às 10 horas da manhã. Karina questionou por que demoraram uma hora para avisá-la, mas não obteve resposta.
Ao conversar com a filha, Karina conseguiu saber mais detalhes da situação. Júlia disse que acordou com o cinto de segurança e olhou pela janela. Quando percebeu que não tinha ninguém no ônibus, começou a chorar. “Ela dizia que queria muito fazer xixi e que estava com muito calor”, explica a mãe. A menina acabou fazendo xixi no chão e secou com uma toalha que tinha na bolsa.
No início, Karina foi informada que o ônibus saiu da escola e foi para uma garagem. No entanto, logo descobriu que, na verdade, o veículo ficou parado na rua em meio à chuva que estava no dia. Ao encontrar a menina, o motorista deu um pão para ela e, antes de levá-la para casa, foi buscar as outras crianças na escola.
De acordo com Karina, sua filha chegou em casa com outra roupa e muito assustada. Ao questionar a escola, a mãe foi informada de que a instituição não foi notificada sobre o ocorrido. A escola consultou a lista de chamada e realmente Júlia não havia entrado. Para a mãe, a monitora do ônibus também deveria ter uma lista de chamada para checar se todas as crianças desceram. Dessa forma, evitaria erros como esse.
Os médicos disseram que a menina não apresentou danos graves fisicamente, mas estava bem desidratada. “Psicologicamente, a Jùlia está bem assustada também, tem pesadelos e não quer ir para a escola de ônibus”, diz Karina que está a levando e buscando todos os dias. A auxiliar de enfermagem registrou um boletim de ocorrência e pretende entrar com uma ação judicial contra os responsáveis. “Minha filha teve sorte, porque tinha se alimentado bem e segunda-feira estava frio. Mas é preciso tomar providências para que isso não aconteça com mais nenhuma criança”, afirma.
Resposta da Prefeitura
A Prefeitura de Cajamar diz que, de imediato, notificou a empresa e está tomando as providências cabíveis e, junto aos pais, a administração colocou à disposição todos os serviços públicos, inclusive na área da saúde, sendo que a criança já iniciou acompanhamento com psicólogo. “A empresa presta serviço para a Prefeitura desde 1999 e o atual contrato encontra-se em vigência, sendo que é o primeiro registro dessa natureza ao longo desse período da atual gestão”, diz a Prefeitura em nota.
Em relação à lista de presença, o órgão diz que, por ser início de ano letivo, as listas ainda não foram concluídas, mas essa escola em especial, tinha a lista de alunos transportados e crachá das crianças.