Retiro prepara diáconos para ordenação
COM ASSESSORIAS – O retiro, ou, exercício canônico para a ordenação, dos 47 diáconos permanentes da Diocese prossegue até esta quarta-feira (28), no Centro Bíblico Regnum Dei, no Jardim América, em Ponta Grossa. Iniciado na sexta-feira-feira, o retiro teve missa celebrada, sábado, por dom Sergio, que, momento antes, assinou o atestado de admissão às Ordens Sacras dos diáconos. Este é o último passo no processo de formação, cuja conclusão acontece a partir de março, quando se iniciam as 19 celebrações de ordenação programadas para este ano. Os novos diáconos vêm de 21 paróquias e de dez cidades diferentes da diocese.
Padre Sílvio Mocelim, pároco da Paróquia São Pedro e São Paulo, de Telêmaco Borba, é o pregador do retiro. A preocupação, segundo o padre, está sendo ajudar os diáconos, que estão prestes a assumir o ministério, a fazer a experiência de que o Senhor está com eles. “A resposta que eles têm que dar é tão exigente e depende da experiência que se tem com quem convida: se a resposta é para Deus, ela tem de ser válida e para o resto da vida”, comenta, citando que tem encaminhado a reflexão a partir da leitura orante da Palavra. “Estão fazendo pequenos grupos, com momentos de partilha e oração, usando como base a Sagrada Escritura”, acrescenta.
Luciano Josué Bricailo, da Paróquia Nossa Senhora do Pilar, de Ponta Grossa, afirma que a etapa está sendo muito gratificante. “Esse momento mostra a presença viva, real, de Cristo no dia-a-dia, através dos irmãos aqui conosco. Momento de grande espiritualidade, de grande alegria nesta preparação para a ordenação”, ressalta. O coordenador da Escola Diaconal Santo Estevão, padre Mário Dwulatka, lembra que a formação dura seis anos, contando o primeiro ano, de propedêutico. “O retiro se estende por cinco dias, com exercícios espirituais. Dentro dele, há a admissão às ordens sacras porque, de março a outubro, haverá a ordenação desses 47 diáconos permanentes, turma que foi escolhida com muito empenho pelas comunidades. O clima é de serenidade entre eles, que estão se preparando para assumir com alegria, doação e desprendimento esse ministério”, destaca.
Durante a celebração, dom Sergio explicou o significado da admissão às ordens sacras, contando que se trata de um rito pelo qual a Igreja acolhe o pedido oficial, feito de próprio punho, por cada um dos 47 candidatos e, em seguida, se pede que toda a comunidade reze por eles para se prepararem para o diaconato. “Dia em que, oficialmente, a Igreja está respondendo seu pedido e escrevendo seu nome nos anais da Igreja Particular de Ponta Grossa. A partir de hoje, só falta a ordenação diaconal”, frisou. O bispo discorreu sobre o dia da conversão de São Paulo, lembrado no sábado (25), ressaltando que a palavra ‘conversão’ é usada popularmente para designar uma pessoa que muda de religião. Dom Sergio ilustrou a informação detalhando a história do cardeal anglicano John Henry Newmam, que se converteu ao catolicismo. “No caso de São Paulo, não foi o que ocorreu. Não se converteu de judeu a cristão. Conversão, aqui, significa ‘mudança de rota’, ‘de rumo’. De perseguidor, de alguém aguerrido nas leis dos pais, para seguidor de Jesus, depois de um encontro com o ‘próprio justo”.
“Que a resposta de Ananias a Paulo – “…Tu serás a sua testemunha diante de todos os homens, daquilo que viste e ouviste. E agora, o que está esperando? (At 22,3-16) – fique bem claro para você, futuro diácono”, prosseguiu o bispo, reforçando que o chamado à santa vocação não serve para status, nem para se frequentar um ambiente muito restrito de uma comunidade, mas para levar o Evangelho a todos os povos. “Que seja uma conversão, uma mudança de vida. Estamos a serviço de uma causa. A graça sacramental muda a pessoa, mas carregamos esse tesouro em vaso de barro, pois continuamos frágeis. Você não vai virar santo, não vai parar de ser tentado; fique atento! A responsabilidade passa a ser muito maior”.
Dom Sergio lembrou ainda que foi em 25 de janeiro de 1969 que o Papa João XXIII, durante uma homilia, externou o que perpassava no seu coração: o desejo de convocar um concílio ecumênico. Inspirado pelo Espírito Santo, João XXIII convocou o Concílio Vaticano II, no qual foi proposto o diaconato, que existia já na Igreja, mas ficara esquecido por anos. “O Papa resolveu redestinar este grau do sacramento da ordem, que é o diaconato permanente e, desde então, tivemos grandes diáconos, como Santo Estevão, o primeiro cristão a ser martirizado, e São Lourenço.
Escola
Sobre a próxima turma da escola diaconal, padre Mário afirma que a instituição permanece e, ao longo desse ano, realiza as ordenações. “Existem mais cinco diáconos que não estão sendo ordenados neste momento, mas o serão oportunamente. Quanto a escola, em 2021 será feita uma pesquisa nas comunidades. Se houver candidatos suficientes para estruturar uma nova turma, em 2022, inicia o propedêutico, de 2023 a 2027 acontece a formação, com ordenação a partir de 2028. Caso a pesquisa aponte que não há necessidade, a escola terá novas turmas postergadas”, informa. A decisão foi aprovada pelo Conselho Presbiteral, com anuência de dom Sergio.
“Com essas 19 ordenações haverá um despertar de vocações nas próprias comunidades, para uma nova turma, tenho certeza. Não há um número definido (de candidatos para uma nova turma). Esta teve um número excepcional de candidatos, mas já houve turmas com 24, 26 homens”, enfatiza.