Correio dos Campos

Ônibus só para mulheres é discutido na ACIPG

Propositor do projeto explanou sobre o assunto com a Diretoria da instituição
16 de outubro de 2018 às 20:50
(Divulgação)

COM ASSESSORIAS – A Associação comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), recebeu na reunião da Diretoria desta segunda-feira (15) o vereador George de Oliveira (PMN) que veio explicar sobre o projeto de lei 296/2018 que visa a implantar o Ônibus Rosa, somente para mulheres, em Ponta Grossa. Diretores questionaram a viabilidade da proposição, mas o edil garante a diferença na execução do serviço que não impactará na planilha do transporte coletivo.

De acordo com o projeto, a intenção é garantir maior segurança e conforto para as mulheres no transporte coletivo, no município de Ponta Grossa, com carros exclusivos, evitando que as usuárias sofram assédio físico e moral dentro dos veículos, principalmente quando os ônibus estiveram lotados.

George comenta que já ouviu críticas referentes a proposição, porém, garante que a proposta de lei foi amplamente estudada antes de ser protocolada. Ele comentou que foi até Goiânia para ver a proposta em funcionamento, como também citou o exemplo de um vagão exclusivo no metrô em Belo Horizonte. “Já em Recife temos um exemplo que não deu certo por falta de fiscalização”, salienta o vereador, que em uma pesquisa realizada por sua equipe dentro dos terminais, que registrou a concordância de 67% das mulheres questionadas.

O vereador comenta que a medida visa levar mais tranquilidade para as mulheres e para as crianças. “Já chegou em Ponta Grossa a falta de respeito, casos foram relatados para nós e nas delegacias de polícia da cidade”, que explicou que o uso dos ônibus que serão identificados, será opcional para as mulheres, mas restritivo aos homens.

Os diretores fizeram diversos questionamentos ao vereador, que recebeu elogios pela intenção, mas questionaram a viabilidade da implantação da ferramenta, tanto pela questão econômica, quanto educativa. Para o vice-presidente da ACIPG, Estefano Stemmer Júnior a medida pode refletir de maneira negativa para crianças e jovens, a partir do momento que se tem que separar homens de mulheres, por falta de respeito de alguns homens. “Entendo que o ideal seria realizar campanhas educativas para conscientizar a população sobre o assunto, como também a lei ser mais rigorosa em casos de assédio”, explica.

Já o presidente da ACIPG, Douglas Taques Fonseca, aponta que outro fator que preocupa a entidade seria o quanto a medida iria impactar na tarifa de transporte coletivo municipal. “A ACIPG entende como válido o debate, mas temos que saber o quanto iria impactar no preço da passagem para o usuário”, salientou Fonseca.

George garante que a proposta de lei não prevê o aumento da frota, mas sim, utilizar a mesma quantidade de ônibus já disponíveis, com uma parte deles devidamente caracterizados e disponibilizados apenas para o público feminino. “A intenção é aprofundar os estudos de impacto e realizar uma audiência pública sobre o assunto para discutir a viabilidade da proposta com a população”, salienta o vereador.