Correio dos Campos

Polícia prende suspeito de matar homem que tentou proteger filho de agressões no Paraná

Jovildo Guedes de Carvalho foi baleado na frente da própria casa e morreu no hospital. Crime foi filmado por câmeras de segurança. Defesa de Lucas Eduardo Novak afirma que o caso se trata de legítima defesa
26 de março de 2025 às 08:37
(Foto: Redes Sociais)

A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira (25), Lucas Eduardo Novak, de 21 anos, suspeito de matar o pedreiro Jovildo Guedes de Carvalho, de 51 anos, em Palmeira, nos Campos Gerais do Paraná.

O crime foi registrado no dia 16 de março. Câmeras de segurança filmaram a situação.

No dia, Jovildo foi baleado e morto após tentar defender o filho, de 22 anos, que estava apanhando do suspeito na frente da própria casa.

Segundo o delegado Rodrigo Siqueira, responsável pelo caso, as investigações apontam que o filho da vítima possui transtornos psicológicos e enviou uma mensagem com uma foto íntima a uma mulher, sem saber que ela era comprometida. O namorado dela viu o contato, marcou um encontro com o jovem e o agrediu com “coronhadas”.

O pai, ao ver a situação, tentou defender o filho e acabou sendo baleado pelo suspeito. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Após o crime, Novak fugiu.

Segundo a polícia, o suspeito foi encontrado dentro de casa e não ofereceu resistência. Ele foi encaminhado ao Presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa.

Novak deve responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e dissimulação, porte ilegal de arma de fogo de calibre permitido e lesão corporal.

Por meio de nota, a defesa de Lucas Eduardo Novak afirmou que o caso se trata de legítima defesa e que, após a audiência de custódia irá entrar com as medidas judiciais cabíveis.

Mulher e suspeito afirmam que não conheciam o jovem

À polícia, a mulher que recebeu a mensagem do jovem e o namorado dela disseram que não conheciam a vítima e o filho dele.

Segundo o delegado, o filho de Jovildo seguia a mulher nas redes sociais e conseguiu o contato dela na internet.

“Segundo o relato da mãe, o jovem tem déficit de atenção e talvez transtorno do espectro autista, ainda não diagnosticado. Ele enviou uma mensagem de cunho íntimo, uma foto íntima dele para a namorada do investigado, que tinha total acesso ao telefone da namorada, visualizou essa mensagem e marcou um encontro com esse rapaz. Chegando lá, ele chamou o rapaz para a rua, na frente da casa, e já iniciou a agredi-lo com pancadas na cabeça”, explica Rodrigo Siqueira.

O pai tentou defender o filho e foi baleado.

À polícia, o atirador disse que não tinha a intenção de cometer homicídio e negou ter usado a arma para agredir o jovem, diz o delegado.

“No interrogatório, ele disse que a ideia era apenas ‘assustar’ a vítima, e não matar. […] Em imagens de câmera de segurança, dá para ver que ele utiliza a arma para golpear a cabeça do do jovem. Ele nega isso; no entanto, o jovem de 22 anos, inclusive, teve que levar alguns pontos na cabeça”, detalha.

‘Morreu como herói’

Eucimara de Carvalho Tavares, irmã de Jovildo, afirma que o homem interviria numa situação como a que ocorreu por qualquer pessoa da família.

“Ele morreu como herói. Isso dá um conforto para gente, mas a revolta é muito grande porque ele morreu indefeso, sem ter defesa de nada. O cara não deu chance de uma conversa, nada para ele. É muito triste”, afirma Eucimara de Carvalho Tavares.

Fonte: g1