Justiça começa a ouvir vítimas de guia espiritual réu por estupro de 11 fiéis e acusado de engravidar duas vítimas adolescentes no Paraná
A Justiça vai começar a ouvir as vítimas do suposto guia espiritual Roderley Amorim Ramos, de 54 anos.
Ele é réu por estuprar 11 fiéis adolescentes e adultas e engravidar duas vítimas menores de idade em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Relembre detalhes mais abaixo.
A primeira audiência do processo está agendada para iniciar na tarde desta segunda-feira (20) e prevê ouvir três vítimas e as mães delas. Em um segundo momento, mais vítimas devem testemunhar e o réu também será convocado para depoimento.
Após os testemunhos, o Ministério Público (MP), os advogados que representam as vítimas e atuam como assistentes de acusação e os advogados de defesa do réu poderão apresentar alegações finais.
A expectativa é que na sequência seja definida uma sentença sobre o caso.
O processo corre em segredo sigilo e, desde o início das investigações, a defesa do suposto guia espiritual afirma que vai se manifestar apenas no processo. Em depoimento à polícia, Roderley negou as acusações.
Réu por estupro e violação sexual mediante fraude
Roderley Amorim Ramos está preso preventivamente desde o dia 10 de outubro.
À Justiça, o MP denunciou o homem por estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. Juntos, os crimes têm pena prevista de até 31 anos de prisão no Código Penal – e o tempo pode ser aumentado de metade a dois terços, considerando que resultaram em gravidez.
De acordo com a delegada Claudia Krüger, 11 vítimas formalizaram denúncias contra o homem. Destas, seis relataram que sofreram os abusos quando eram adolescentes e, entre elas, duas afirmaram que engravidaram na época, quando tinham 13 e 16 anos de idade.
Para a delegada, o homem se aproveitava da vulnerabilidade emocional e das crenças das vítimas para cometer os crimes.
“Foram depoimentos bastante emocionados, pois algumas vítimas teriam sido, na época, ameaçadas por este homem, e também porque a história ficou guardada por muitos anos”, afirma.
Denúncias
A Polícia Civil orienta que outras possíveis vítimas podem procurar a delegacia para fazer denúncias. A corporação atende pelo telefone 197.
Ao longo das investigações, as vítimas deram diversas atribuições ao papel do suspeito. Entre eles, curandeiro e pai de santo.
Por meio de nota, a Federação de Umbanda do Estado do Paraná afirmou que ele não é associado à federação e não tem terreiro formalizado.
“A Umbanda é uma religião genuinamente brasileira, que se fundamenta no respeito à dignidade humana, à diversidade e ao sagrado. Os rituais de Umbanda são pautados pela ética, pelo respeito e pelo compromisso com o bem-estar físico, emocional e espiritual dos participantes. A Federação ainda ressalta que em nenhum momento, seja em atendimentos, giras ou demais práticas, há qualquer espaço ou tolerância para condutas que desrespeitem a integridade física ou moral de qualquer indivíduo”, reforçou a instituição.
Fonte: G1